Pela manhã, Haddad reuniu-se com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na sede da Polícia Federal, em Curitiba, e não falou com os repórteres.
Por Redação - de Curitiba
Candidato derrotado nas eleições presidenciais, o professor Fernando Haddad (PT) tem demonstrado que ainda não assimilou o resultado das urnas e, por isso, tem optado por um silêncio obsequioso. Esta é a análise de petistas ouvidos, nesta quinta-feira, pela reportagem do Correio do Brasil.
Pela manhã, Haddad reuniu-se com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na sede da Polícia Federal, em Curitiba, e não falou com os repórteres na entrada ou na saída, quando normalmente fazia questão de se pronunciar, tanto na ida quanto na volta do encontro. A assessoria do ex-candidato, mais uma vez, preferiu vazar uma nota para a mídia conservadora e a colunista Mônica Bergamo, do diário conservador Folha de S. Paulo a reproduziu.
Frente democrática
"Fernando Haddad não assumirá cargo no PT — nem mesmo na Fundação Perseu Abramo, como era cogitado. Ele combinou com Lula que seguirá na política, mas fora das estruturas partidárias”, disse a jornalista.
O CdB confirmou a notícia, junto à direção do PT, que não informou qual será o papel de Haddad na frente ampla pela democracia, a ser formada com partidos de centro-esquerda. A senadora Gleisi Hoffmann (PR), presidente da legenda, chegou a cogitar, logo após o resultado das urnas, que o professor universitário assumiria a presidência da Fundação Perseu Abramo. Ele, no entanto, rejeitou o cargo e retomará as aulas no Insper, uma escola privada de negócios paulistana.
Lula também recebeu a visita de Guilherme Boulos, nesta manhã. O coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) comentou, pelas redes sociais nesta manhã, que "a decisão de Bolsonaro de acabar com o Ministério do Trabalho é muito grave”.
Calado
"A fiscalização das condições abusivas de trabalho e do trabalho escravo, por exemplo, é feita hoje por este Ministério. E agora, liberou geral para os patrões?", escreveu o ex-presidenciável do Psol no Twitter.
Quanto ao futuro de Haddad, permanece a incógnita. Enquanto Boulos, Ciro Gomes e Marina Silva se movimentam, ele permanece em silêncio. Segmentos do PT articulavam uma série de viagens de Haddad pelo país, a exemplo do que fez Lula entre 1993-1996 e, por último, entre 2017 e 2018, até sua prisão em abril. Ele, segundo apurou o CdB, rejeitou a missão.
Ao final do encontro, Haddad saiu sem uma palavra aos jornalistas ou aos militantes do Acampamento Marisa Letícia, vigília permanente de solidariedade a Lula. Ele não se pronuncia desde domingo, 4 de novembro, uma semana depois da eleição. Haddad também se mantém afastado das redes sociais. No Facebook, deixou de estar ativo desde 31 de outubro e, no dia 4, apenas atualizou sua foto de perfil. No Twitter, nenhum pronunciamento.