Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Guedes empurra precatórios para Congresso e STF

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Quarta, 15 de Setembro de 2021 às 12:37, por: CdB

Os precatórios são dívidas da União com pessoas físicas, jurídicas, Estados e municípios reconhecidas em decisões judiciais definitivas. Um efeito do parcelamento seria a aparência de que as contas do governo se enquadram na Lei de Responsabilidade Fiscal, um dos principais pilares da política econômica definida pela equipe econômica.

Por Redação - de Brasília Ministro da Economia, o empresário Paulo Guedes fez um "pedido desesperado de socorro" aos chefes do Judiciário, Luiz Fux, e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, para solucionar o problema dos precatórios. O governo busca o parcelamento das dívidas para permitir o pagamento de benefícios sociais durante a campanha eleitoral.
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Ministro da Economia, o empresário Paulo Guedes
— Meu pedido de socorro, muito mais do que qualquer outra coisa, é só um pedido desesperado de socorro. Quando a gente está desesperado, a gente corre pedindo proteção aos presidentes dos Poderes. De vez em quando eu peço ao presidente da República, da Câmara, do Senado e de vez em quando ao Supremo. Na plena confiança do amor ao Brasil, na capacidade intelectual e política no desempenho de cada um desses poderes — afirmou, nesta manhã.

Crise

Guedes atribuiu o problema dos precatórios a fatores vindos do exterior e negou que o Executivo seja responsável pela crise. — Precisamos de compreensão e ajuda para resolvermos um problema que eu chamei de meteoro, pois vem do exterior, não foi criado dentro do Executivo. O Executivo está tentando fazer seu trabalho com respeito, colaboração e união — declarou, em live transmitida pela Internet. Os precatórios são dívidas da União com pessoas físicas, jurídicas, Estados e municípios reconhecidas em decisões judiciais definitivas. Um efeito do parcelamento seria a aparência de que as contas do governo se enquadram na Lei de Responsabilidade Fiscal, um dos principais pilares da política econômica definida pela equipe econômica. Em resposta, Fux "brincou" ao afirmar que Guedes estava colocando em seu colo um filho que não era seu. — Paulo Guedes é tão amigos que coloca no meu colo um filho que não é meu — resumiu Fux, aos risos, depois de ressaltar o compromisso do Judiciário com a solução dos grandes problemas nacionais. O dólar comercial operava quase estável e a Bolsa em queda no início da tarde de hoje. Às 13h19 (de Brasília), a moeda norte-americana era negociada a R$ 5,256, com variação negativa de 0,02%. No mesmo horário, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, operava em queda de 0,97%, aos 115.057,32 pontos. Na véspera, o dólar valorizou 0,65%, fechando a R$ 5,257 na venda e a Bolsa fechou em baixa 0,19%, a 116.180,547 pontos. O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto. Em nota, analistas da Genial Investimentos disseram que "a declaração foi interpretada como um recado de que o Copom não deverá acelerar o processo de aumento da taxa Selic na reunião da próxima semana, apesar da surpresa negativa do IPCA de agosto”.

Cena política

O Banco Central aumentou o ritmo de aperto monetário em seu encontro de agosto ao subir a Selic em 1 ponto percentual, a 5,25% ao ano. Juros mais altos no Brasil tendem a beneficiar o real, de acordo com especialistas, ao elevar a rentabilidade do mercado de renda fixa doméstico. Enquanto isso, a cautela continuava permeando as perspectivas dos investidores para o desempenho do real nos próximos meses, em meio à deterioração das contas públicas e incertezas institucionais. — Não acredito em quedas fortes do dólar contra real até o final do ano. O momento que a gente vive é incerto, enquanto a crise institucional atrasa reformas e torna a articulação política difícil — disse Panonko, da Toro, a jornalistas.

Precatórios

Uma das principais dúvidas, explicou o analista, é sobre que solução será implementada para a salgada conta de precatórios para 2022, enquanto a aproximação das eleições de 2022 devem elevar a busca por proteção. As atenções, na visão do BTG Pactual, continuam voltadas para o andamento das reformas a fim de consolidar um alívio político local, com destaque para as negociações sobre o teto de gasto e o desfecho envolvendo a questão dos precatórios. Mais cedo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, destacou a necessidade compreensão e ajuda para o governo resolver o problema dos precatórios, expressando confiança de que isso será feito em conjunto com o Legislativo e Judiciário.

Estrategistas

No entanto, agentes financeiros continuam enxergando a situação envolvendo a questão "emperrada", e receosos com um avanço no curto prazo, principalmente após reveses do governo em decisões recentes no Congresso. Estrategistas do Itaú BBA cortaram o preço-alvo para o Ibovespa de 152 mil para 120 mil pontos, citando deterioração na perspectiva macroeconômica do país, bem como aumento de riscos fiscais e um cenário hídrico desafiador. O BTG Pactual também chamou a atenção para movimentos alternados entre altas e baixas produzidas por blue chips, que representam posições relevantes no vencimento de opções sobre ações que acontece na sexta-feira. — Percebemos sinais de cautela dos investidores, mantendo suas posições sem novos aportes. A volatilidade sempre é muito maior com a aproximação dos vencimentos — afirma um relatório digital do BTG.
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