Segundo a Diretoria Principal de Inteligência do Ministério da Defesa da Ucrânia, citada pelo portal Ukrinform, os militares recebem instruções de seus comandantes sobre como tirar a própria vida.
Por Redação, com ANSA e Times – de Kiev
Autoridades ucranianas revelaram nesta quarta-feira que os soldados russos destacados no campo de batalha recebem ordens para cometerem suicídio em situações críticas, em uma ação para não se renderem.
Segundo a Diretoria Principal de Inteligência do Ministério da Defesa da Ucrânia, citada pelo portal Ukrinform, os militares recebem instruções de seus comandantes sobre como tirar a própria vida.
“O título [do manual] convida-nos a ‘manter a dignidade até ao fim’ e descreve o algoritmo para cometer suicídio com arma de fogo ou granada”, diz o relatório.
O texto acrescenta que, se “o soldado da Grande Rússia se encontrar diante de uma situação crítica, tem ordens de atirar em si mesmo na têmpora, sob o queixo ou na testa”.
As instruções
As instruções destacam que “é importante manter a calma e puxar o gatilho com segurança”. E se não houver armas ou munições disponíveis, os soldados são aconselhados a usar uma granada.
“A política dos comandantes carniceiros russos testemunha a degradação cada vez mais profunda do exército invasor russo”, comenta a Inteligência.
Por fim, as autoridades ucranianas recordam seu projeto “Quero viver” para a entrega voluntária de soldados russos, que lhes garante um tratamento de acordo com Convenções de Genebra.
Guerra à Rússia seria devastadora para Europa, diz analista britânico
A Europa passa por uma situação precária e não vai conseguir reagir adequadamente se as relações com a Rússia se agravarem, escreve o especialista britânico em assuntos europeus Edward Lucas em seu artigo para o jornal britânico The Times.
Lucas aborda a questão de quanto a Europa pode se defender perante uma suposta ameaça proveniente da Rússia e chega à conclusão de que os países europeus estão enfrentando “a mais grave crise de segurança” dos últimos tempos.
Mesmo durante a Guerra Fria, segundo o articulista, o Reino Unido e o Ocidente estavam, em geral, em uma posição melhor do que agora, quando os modelos econômicos e políticos “em lugares autoritários”, como Dubai e Cingapura, funcionam melhor do que nas “democracias” modernas.
Aliança
Lucas acredita que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) já não pode ser considerada a aliança militar mais forte e bem-sucedida do mundo.
“A OTAN está dividida e distraída, prejudicada pelo comportamento caprichoso de administrações dos EUA passadas, presentes e, sem dúvida, futuras e por décadas de mesquinhez e complacência europeias”, avaliou.
O analista sublinha que, no caso de uma guerra em grande escala, o Reino Unido ficaria sem munição em três ou quatro dias, levando em conta uma escassez de peças de reposição, combustível, comunicações, logística e reservas militares.
Acordo
Em seu artigo, Lucas expressa a vontade de favorecer a próxima administração do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, e tentar chegar a um acordo com ele para que Washington não deixe a Europa por conta própria.
Anteriormente, o presidente russo Vladimir Putin explicou detalhadamente em uma entrevista ao jornalista norte-americano Tucker Carlson que Moscou não tem a intenção de atacar os países da OTAN, pois isso não faz sentido.
O líder russo observou que os políticos ocidentais intimidam regularmente suas populações com uma imaginária ameaça russa a fim de desviar a atenção dos problemas domésticos, mas que as “pessoas inteligentes entendem perfeitamente que isso é notícia falsa”.