Rio de Janeiro, 16 de Abril de 2025

Garimpo ilegal recua com Lula, mas cresce em áreas controladas por facções

Relatório do Greenpeace revela queda de 50% no desmatamento em terras indígenas, mas alerta para aumento do garimpo em áreas controladas por facções criminosas.

Terça, 08 de Abril de 2025 às 15:19, por: CdB

Relatório do Greenpeace aponta redução de 50% no desmatamento causado por mineração em terras indígenas, mas destaca aumento alarmante em regiões como a TI Sararé, alvo do Comando Vermelho.

Por Redação, com CartaCapital – de Brasília

A saída de Jair Bolsonaro (PL) e a volta de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Palácio do Planalto representou uma guinada no combate ao garimpo ilegal em terras indígenas na Amazônia representaram uma guinada no combate ao garimpo ilegal em terras indígenas da Amazônia.

Garimpo ilegal recua com Lula, mas cresce em áreas controladas por facções | Garimpo ilegal cai pela metade com Lula, mas avança em áreas dominadas por facções
Garimpo ilegal cai pela metade com Lula, mas avança em áreas dominadas por facções

O avanço da fiscalização e das operações de repressão resultou numa redução de 50% na média anual da destruição provocada pela atividade. Mas enquanto algumas áreas viram queda significativa, outras registraram aumento na degradação.

Os números foram divulgados nesta terça-feira pelo Greenpeace, no relatório Ouro Tóxico: Como a Exploração Ilegal de Ouro na Amazônia Alimenta a Destruição Ambiental, as Violações dos Direitos Indígenas e um Comércio Global Obscuro, disponível na íntegra aqui.

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Segundo o Greenpeace, entre 2023 e 2024, foram destruídos 4.219 hectares de floresta amazônica por ação do garimpo ilegal, média de pouco mais de 2,1 mil hectares por ano. Durante o governo Bolsonaro, a devastação somou 16 mil hectares, ou cerca de 4 mil hectares por ano, de acordo com dados do MapBiomas, também baseados em imagens de satélite.

– Até agora, o governo tem mostrado disposição em combater o garimpo em terras indígenas. Vínhamos de uma gestão simpática à causa garimpeira, que chegou a defender a abertura desses territórios para exploração econômica – afirmou Jorge Dantas, porta-voz do Greenpeace, à agência francesa de notícias AFP.

A queda nas áreas mais críticas indica que a atuação do governo começa a surtir efeito. Na Terra Indígena (TI) Munduruku, por exemplo, a mineração ilegal recuou 57% em 2024, em relação ao ano anterior. Na TI Kayapó, a redução foi de 31%, e, na TI Yanomami, de 7%.

Por outro lado, o avanço do garimpo em determinadas regiões acende o alerta. Na Terra Indígena Sararé, localizada na porção amazônica do Mato Grosso, a área explorada ilegalmente saltou 93% entre 2023 e 2024. Segundo o Greenpeace, o território tem sido alvo de criminosos associados à facção Comando Vermelho.

Exportação e lavagem de ouro

O relatório também denuncia os caminhos do ouro extraído ilegalmente, que acaba sendo exportado para países como Suíça, Canadá e Reino Unido, abastecendo principalmente os setores de joalheria e relojoaria.

“O percurso do ouro ilegal até entrar na cadeia de fornecimento legal é complexo e envolve diversas etapas, que vão desde a falsificação de documentos e registros de minas até o contrabando, ‘esquentamento’ e pseudorefinação do metal”, alerta o documento.

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