Pesquisa Ibope, divulgada na véspera, mostrou que a rejeição de Haddad saltou de 27 para 38%.
Por Redação - do Rio de Janeiro
Candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad atribuiu, nesta terça-feira, o aumento de seu índice de rejeição na mais recente pesquisa do Ibope; aos sucessivos ataques que vem recebendo do candidato do PSDB, Geraldo Alckmin. O tucano, no entanto, não tem se beneficiado disso, mas sim “o fascista”, afirma Haddad.
Pesquisa Ibope, divulgada na véspera, mostrou que a rejeição de Haddad saltou de 27 para 38%. Ao mesmo tempo, o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, ampliou sua vantagem na liderança das intenções de voto para 31 a 21% sobre Haddad, enquanto Alckmin permaneceu com 8%.
— Nós estamos sofrendo muito ataque do PSDB. Mas isso não está favorecendo o PSDB, mas sim o fascista. Todo ataque nesse contexto você alimenta o ódio e o fascismo. É o que está acontecendo no Brasil, e quanto mais alimentar o ódio mais o fascismo vai crescer... e parte expressiva da elite brasileira abandonou a social-democracia pelo fascismo — disse Haddad a jornalistas, antes de visitar a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Saúde
Ao ser questionado se estava se referindo ao candidato do PSL quando falou que os ataques tucanos favoreciam o fascismo, Haddad disse:
— Você entenda como você quiser.
O candidato do PT disse ainda que, se eleito, vai se esforçar para aumentar os investimentos na área da saúde. Estes chegariam a 6% do PIB, segundo ele. Ele lembrou que esse patamar foi superado na área da educação quando ele foi ministro; no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Atualmente 4% do PIB vai para área da saúde, segundo Haddad. A revogação da PEC do teto de gastos ajudará a cumprir esse objetivo, frisou.
— Nós queremos revogar no bojo da reforma tributária para dar confiança de que as finanças públicas estão arrumadas, e hoje não há um deputado ou senador que não esteja arrependido de ter votado essa bobagem — disse Haddad sobre o teto de gastos.
Bolsonaro
O candidato voltou a afirmar que em seu eventual governo irá aliviar os impostos cobrados dos mais pobres para estimular o consumo e cobrar mais dos mais ricos, que têm uma carga menor de impostos, segundo dados oficiais.
Na outra ponta, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), grupo de extrema direita que reúne 261 deputados federais e senadores da bancada ruralista, que defendem pautas de interesse do setor, anunciou nesta terça-feira de forma oficial apoio a Bolsonaro.
A FPA diz, em nota, que tomou a posição “atendendo ao clamor do setor produtivo nacional, de empreendedores individuais aos pequenos agricultores e representantes dos grandes negócios”. A Frente, que apoiou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), disse que a polarização entre Bolsonaro e o candidato do PT, Fernando Haddad, apontada pelas últimas pesquisas “causa grande preocupação com o futuro do Brasil”, e que por isso decidiu se unir em torno do candidato do PSL.