Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Europa suspende processo contra Polônia por lei antidemocrática

Reforma judiciária do partido nacionalista PiS ameaçaria Estado de direito, segundo Comissão Europeia. No entanto, o quadro mudou com a recente eleição do liberal pró-UE Donald Tusk.

Segunda, 06 de Maio de 2024 às 13:15, por: CdB

Reforma judiciária do partido nacionalista PiS ameaçaria Estado de direito, segundo Comissão Europeia. No entanto, o quadro mudou com a recente eleição do liberal pró-UE Donald Tusk.

Por Redação, com DW – de Bruxelas

União Europeia vai suspender o processo iniciado seis anos atrás contra a Polônia relativo à eventual ameaça ao Estado de direito representada pela reforma do sistema judiciário do país. A notícia foi divulgada nesta segunda-feira pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

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Harmonia UE-Polônia: Donald Tusk e Ursula von der Leyen em Varsóvia, em fevereiro de 2024

Segundo a política alemã, não haveria mais esse perigo, desde que o novo governo centrista em Varsóvia lançou uma série de medidas legislativas e executivas referentes à independência do sistema de Justiça. “Hoje marca a abertura de um novo capítulo para a Polônia”, escreveu Von der Leyen na rede social X (ex-Twitter).

A reforma judiciária do governo nacionalista

Logo após assumir o governo em 2015, o partido conservador Lei e Justiça (PiS) realizou reformas abrangentes do Judiciário da Polônia, as quais, na opinião da UE, poderiam minar os pesos e contrapesos democráticos e submeter os tribunais a influência política.

A UE iniciou os assim chamados “procedimentos do Artigo 7º”, com o fim de suspender certos direitos de um Estado-membro que supostamente viole de modo persistente os valores fundamentais da UE. Nesse contexto, a Comissão Europeia também sustou bilhões de euros em fundos destinados a Varsóvia.

No entanto a situação mudou depois de outubro de 2023, quando o PiS perdeu as eleições parlamentares para uma coalizão liderada pelo atual primeiro-ministro, o liberal pró-UE Donald Tusk, que já chefiara o governo de 2007 a 2014, e prometeu normalizar as relações com Bruxelas. Em fevereiro, a UE saudou o plano de Tusk de “restaurar o Estado de direito” e desmantelar as políticas do governo nacionalista anterior.

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