A reclamação, que circula nos bastidores, é a de que, após o indiciamento, Bolsonaro tem feito movimentos para se livrar da prisão iminente e se desvincular do golpe, deixando de lado a lealdade que sempre foi demonstrada por civis e militares próximos.
Por Redação – de Brasília
Aliados do ex-mandatário neofascista Jair Bolsonaro (PL) têm interpretado as ações de sua defesa como sinais de que ele estaria colocando seu projeto político à frente da lealdade aos antigos aliados, o que tem gerado irritação entre aqueles que o acompanharam até o fim do governo, marcado pelo golpe de Estado fracassado em 8 de Janeiro.

A reclamação, que circula nos bastidores, é a de que, após o indiciamento, Bolsonaro tem feito movimentos para se livrar da prisão iminente e se desvincular do golpe, deixando de lado a lealdade que sempre foi demonstrada por civis e militares próximos.
— Tudo tem sido feito para livrar a cabeça de Bolsonaro — comentou uma das fontes ouvidas pelo canal norte-americano de TV CNN.
Operação
A leitura ganha força especialmente pela divulgação de áudios da ‘Operação Contragolpe’, em que a defesa de Bolsonaro busca se fortalecer com a tese de que, embora muitos de seus aliados quisessem o golpe, o ex-mandatário teria sido o único a se opor.
A linha de defesa tem sido vista como uma falta de gratidão, particularmente para aqueles que não o abandonaram após sua derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022. Além da omissão, o uso de áudios que indicam falta de ação de Bolsonaro também é visto com desconfiança.
A estratégia de defesa de Bolsonaro tem fragilizado a posição de seus antigos aliados, como os generais Augusto Heleno, Braga Netto, Paulo Sérgio, e o almirante Almir Garnier; além de ex-assessores como Marcelo Câmara e Filipe Martins. O grupo desses aliados sente-se, agora, em uma situação delicada
A defesa de Jair Bolsonaro não se posicionou sobre o caso.