A situação virou piada na internet, mas também gerou revolta. Taxistas ameaçaram parar. O Procon do Acre iniciou uma fiscalização sobre o comércio de combustíveis em todo o Estado, que, ironicamente, foi a unidade da federal brasileira que, proporcionalmente, mais votou em Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno das eleições de 2018 (77,2% dos votos válidos).
Por Redação - de Rio Branco
Pouco depois de a Petrobras anunciar um reajuste de quase 19% no preço da gasolina vendida em suas refinarias no último dia 10, a cidade de Jordão, na fronteira do Acre com o Peru, ganhou destaque no noticiário nacional. Isso porque o único posto do município, que tem cerca de 8 mil habitantes, aumentou o preço do combustível para R$ 11,56 por litro.
A situação virou piada na internet, mas também gerou revolta. Taxistas ameaçaram parar. O Procon do Acre iniciou uma fiscalização sobre o comércio de combustíveis em todo o Estado, que, ironicamente, foi a unidade da federal brasileira que, proporcionalmente, mais votou em Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno das eleições de 2018 (77,2% dos votos válidos).
Devido a questões logísticas, o combustível no Acre sempre esteve entre os mais caros do país. Após os últimos reajustes da Petrobras, no entanto, os acreanos dizem que os preços se tornaram insustentáveis, forçando a população a se adaptar a uma nova realidade.
Alimentação
— Infelizmente, estamos restringindo o uso do carro apenas para atividades obrigatórias, como ir e voltar ao trabalho, evitando até mesmo ir almoçar para não gastar gasolina — reclama a empresária Nilda Bernardo, 40, residente na capital do Estado.
De acordo com a última pesquisa de preços divulgada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), a cidade tem a quinta gasolina mais cara entre as capitais brasileiras, com preço médio de R$ 7,50 por litro. Tem ainda o diesel mais caro: R$ 7,30 por litro, na média.
Nilda lembrou que boa parte dos produtos consumidos no Acre vem de fora do estado. Por conta disso, o aumento do combustível – principalmente do diesel – afeta a vida do acreano de forma ainda mais intensa.
Presidente da Federação das Indústrias do Acre (Fieac), José Adriano Ribeiro concorda que a situação das companhias acreanas é delicada. Segundo ele, a infraestrutura do Acre já é precária. Com o aumento dos combustíveis, empresas já começam a desistir de seus projetos e lembrou que, após o reajuste, a Latam anunciou que vai suspender seus voos para Brasília.