Na noite passada, o PSDB paulista organizou o encontro que, em tese, seria uma homenagem ao ex-prefeito Bruno Covas, morto no mês passado, com o anúncio da filiação de Tomás Covas, o filho de 16 anos do ex-prefeito da capital paulista.
Por Redação - de São Paulo
O governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB), colocou na rua a campanha para ser o representante do partido na campanha à Presidência da República. Com a adesão do presidente da legenda, Bruno Araújo e uma declaração de voto do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC), o mandatário paulista ainda anunciou que o deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ) passa a integrar o secretariado de seu governo com a missão de levar o nome de Doria ao restante do país.
Na noite passada, o PSDB paulista organizou o encontro que, em tese, seria uma homenagem ao ex-prefeito Bruno Covas, morto no mês passado, com o anúncio da filiação de Tomás Covas, o filho de 16 anos do ex-prefeito da capital paulista. O momento, no entanto, que teve a participação da militância tucana, tornou-se um ato de campanha de João Doria, que recebeu apoios importantes da legenda.
Quando subiu ao palco, Doria estava ladeado por Covas e Araújo. Foi o chefe da legenda quem sinalizou primeiro, que Jair Bolsonaro (sem partido) deve ser o alvo escolhido pelos tucanos para polarizar em 2022.
— O Brasil enfrenta um momento de miséria e inflação — abriu.
Em seu discurso, o governador paulista também não poupou o presidente da República.
— Aqui é a terra da vacina, não é a terra da cloroquina. Viva São Paulo, viva o Brasil — atiçou.
Eleitor de Lula
Faixas e placas com o rosto de Doria carregavam a expressão "O pai da vacina", que deve ser um mote que o tucano carregará para 2022 como trunfo e para antagonizar Jair Bolsonaro. Para o cientista político Cláudio Couto, Doria é candidato à presidência da República “desde que sentou na cadeira de prefeito em São Paulo” e o governador “demonstra força dentro do partido com os últimos acontecimentos.”
Sobre a escolha por atacar o presidente da República, Couto afirma que é “o processo natural”.
— Qualquer candidato que quiser ser viável ano que vem, dentro da chamada terceira via, terá que ser um candidato que ocupe o lugar do Bolsonaro e que consiga atrair o eleitor que está com o Bolsonaro para a sua candidatura. Ele não vai tirar eleitor do Lula. A maior chance que essa terceira via terá é a partir do espaço do Bolsonaro — continuou.
Mais cedo, durante encontro no Museu da Língua Portuguesa, na região central de São Paulo, FHC anunciou que apoiará Doria nas prévias do partido e que o empresário paulista representa “o futuro do Brasil”.
— Ele é candidato e tem meu voto — disse, taxativo, o ex-presidente.
Alckmin
Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul e provável concorrente de Doria nas prévias tucanas, reagiu imediatamente ao apoio de FHC.
— Ele é muito bom, mas não é infalível e está no direito de escolher o seu candidato e de se equivocar quantas vezes quiser — rebateu.
Além de Leite, Doria deve enfrentar o senador Tasso Jeressati, do Ceará, e o ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, nas prévias tucanas, que ocorrerão em novembro deste ano.
Nas próximas semanas, o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, figura histórica do PSDB, deve se filiar ao PSD de Gilberto Kassab para disputar o governo paulista nas próximas eleições. Além de Geraldo Alckmin, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, hoje no DEM, encaminhou sua filiação ao PSD, com o olhar em 2022. Kassab pretende trabalhar o nome do senador como possível candidato da legenda à Presidência da República.