Abreu sonha com uma polarização entre seu candidato e o líder Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas sabe que para isso Moro precisaria, antes de tudo, ultrapassar Jair Bolsonaro (PL). Por isso, ela concentrou seus ataques ao ex-chefe do ex-juiz, que acusa Moro de traidor.
11h37 - de Brasília
Presidente do Podemos, a deputada Renata Abreu (SP) já avalia se o ex-juiz suspeito Sergio Moro, condenado pelo STF, seja “cabeça de chapa” de uma composição da chamada “terceira via”. Mas, logo na largada da candidatura, já admite que ele pode desistir e ser candidato a vice em alguma outra composição.
Ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, o ex-juiz suspeito Sergio Moro pode nem ser candidato à Presidência da República
— Ele (Moro) me diz sempre: ‘se tivesse outro candidato com mais viabilidade’, ele toparia compor e até ser vice, mas ele espera que a recíproca seja verdadeira — afirmou aos repórteres da revista Istoé, em matéria publicada nesta sexta-feira.
Abreu sonha com uma polarização entre seu candidato e o líder Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas sabe que para isso Moro precisaria, antes de tudo, ultrapassar Jair Bolsonaro (PL). Por isso, ela concentrou seus ataques ao ex-chefe do ex-juiz, que acusa Moro de traidor.
— Moro não traiu os princípios dele. Quem traiu foi Bolsonaro. Bolsonaro é mimado. Tudo tem que ser do jeito dele — afirmou Abreu.
Moro já ingressa na política cometendo uma irregularidade, ao receber salário de R$ 22 mil mensais do Podemos. Ele não exerce qualquer cargo na direção do partido - o que é requisito para a remuneração, segundo os estatutos da agremiação política.
‘Ladroeira’
Nos calcanhares de Moro pela terceira posição na disputa presidencial, segundo as pesquisas, o ex-governador do Ceará e presidenciável do PDT, Ciro Gomes, não perde a oportunidade de criticar a candidatura do ex-ministro da Justiça de Bolsonaro que, na pesquisa Atlas divulgada nesta semana, aparece um pouco à frente.
— Sergio Moro é um ex-juiz politiqueiro, que botou Lula na cadeia e depois foi ser ministro do outro (Bolsonaro), que se elegeu porque tirou os direitos políticos do outro (Lula). Virou ministro porque passou a mão, acobertou a ladroeira de Bolsonaro, da família do Bolsonaro, deixou o Coaf ser desmoralizado para proteger Bolsonaro. Enfim, uma viúva do Bolsonaro — afirmou Ciro nesta manhã, a jornalistas.
No levantamento do Atlas, Lula lidera a disputa com 42,8% das intenções de voto, ante 31,5% de Bolsonaro. Moro tem 13,7% e Ciro, 6,1%. Doria registra apenas 1,7%.
