As investigações da Polícia Federal são baseadas em informações transmitidas durante delações premiadas de executivos da J&F.
Por Redação, com ABr - de São Paulo
O afastamento do secretário da Casa Civil do governo de São Paulo, Gilberto Kassab, foi publicado nesta sexta-feira no Diário Oficial do Estado. Ele pediu licença do cargo para se defender das denúncias de corrupção. A licença é “com prejuízo dos vencimentos e sem quaisquer ônus para o Estado, para tratar de assuntos de interesse particular”. No dia 19 de dezembro, o então ministro de Ciência, Tecnologia Inovações e Comunicações foi alvo de mandados de busca e apreensão. Segundo a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, Kassab teria recebido o total de R$ 58 milhões, no período em que era prefeito de São Paulo, de 2010 a 2016. As investigações da Polícia Federal são baseadas em informações transmitidas durante delações premiadas de executivos da J&F. Uma parte do valor, R$ 30 milhões, teria ido diretamente para Kassab, e o restante para o Diretório Nacional do PSD. Kassab chegou a ser empossado como secretário do governo paulista no dia 1º de janeiro, junto com o governador João Doria, mas não esteve presente na cerimônia. No dia 2, o nome dele foi publicado no Diário Oficial como titular da pasta. Ele pediu afastamento do cargo e teve a licença publicada nesta sexta-feira. Em nota divulgada no dia 27 de dezembro, Kassab diz que “decidiu licenciar-se do cargo para se dedicar à organização e ao encaminhamento das informações solicitadas por sua defesa, que comprovarão a lisura de seus atos”. Disse ainda que confia “na Justiça brasileira, no Ministério Público e na imprensa, e entende que quem está na vida pública deve estar sujeito à especial atenção do Judiciário”. Colocou-se à disposição para esclarecimentos e que seus atos como gestor público seguiram a lei.