Criada à época da ditadura para desenvolver as margens do Velho Chico, a Codevasf tem uma história marcada por corrupção e fisiologismo. Neste ano, conseguiu um orçamento recorde de R$ 2,73 bilhões, composto principalmente por emendas, mas o governo fez cortes.
Por Redação - de Brasília
O esquema do presidente Jair Bolsonaro para controlar o Congresso foi além da criação de um orçamento secreto de R$ 3 bilhões, conforme revelou o diário conservador paulistano O Estado de S. Paulo (OESP), em uma série de reportagens impressas nos últimos dias. Bolsonaro também expandiu e turbinou a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), estatal loteada por deputados e senadores do chamado ‘Centrão’ que vai aplicar cerca de um terço desses recursos por imposição dos políticos que a controlam.
Criada à época da ditadura para desenvolver as margens do Velho Chico, a Codevasf tem uma história marcada por corrupção e fisiologismo. Neste ano, conseguiu um orçamento recorde de R$ 2,73 bilhões, composto principalmente por emendas, mas o governo fez cortes.
Orçamento secreto
Em campanha pela reeleição, 'incluiu na área de atuação da empresa mil novos municípios, muitos deles localizados a mais de 1,5 mil quilômetros das águas do São Francisco. Na prática, o governo transformou a “estatal do Centrão” num duto de recursos ilícitos. Um grupo de aliados do governo determinou o que comprar, por quanto e indicou a Codevasf para as operações, segundo documentação.
A empresa se tornou a preferida de deputados e senadores, principalmente do ‘Centrão’, pela capacidade de executar obras e entregar máquinas aos municípios e Estados mais rapidamente do que o governo. Boa parte dos recursos do ‘Orçamento secreto’ é destinada à compra de tratores e equipamentos agrícolas com valor acima da tabela de referência.
Procurada, a Codevasf disse que as “nomeações atendem as disposições legais e os normativos internos”. O Palácio do Planalto não se manifestou.