A tensão aumentou diante do questionamento do deputado Rogério Correia (PT-MG) quanto à participação do deputado André Fernandes (PL-CE). O parlamentar é autor do requerimento de criação da CPMI mas está entre os investigados pela Polícia Federal (PF) devido ao seu suposto envolvimento nos atos terroristas do dia 8 de janeiro
Por Redação - de Brasília
A reunião inicial da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas começou com os ânimos alterados, na manhã desta terça-feira, por um bate-boca entre parlamentares da base governista, o presidente do colegiado, Arthur Maia (União Brasil-BA), e integrantes dos partidos de oposição.
A tensão aumentou diante do questionamento do deputado Rogério Correia (PT-MG) quanto à participação do deputado André Fernandes (PL-CE). O parlamentar é autor do requerimento de criação da CPMI mas está entre os investigados pela Polícia Federal (PF) devido ao seu suposto envolvimento nos atos terroristas do dia 8 de janeiro, quando militantes bolsonaristas e de ultradireita invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, na Capital Federal.
No dia 8 de janeiro, André Fernandes divulgou vídeos em suas redes sociais convocando os manifestantes para um "ato contra o governo Lula" e dizendo que estaria presente nos protestos golpistas. Correia solicitou a remoção de Fernandes da CPI e sua substituição por outro integrante, afirmando que apresentará a questão ao presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
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O deputado Filipe Barros (PL-PR), por sua vez, saiu em defesa da permanência de André Fernandes, argumentando que essa é uma questão "já superada", pois outras CPIs já tiveram membros investigados. O presidente da CPMI recusou-se a atender ao pedido de Correia.
— Não existem deputados pela metade. Ou o deputado é deputado e pode participar de qualquer comissão nesta casa, ou não é e não pode fazê-lo. Quero dizer também que a indicação de membros da CPI não compete ao presidente do colegiado e, sim, aos líderes partidários — afirmou Maia.
Após a confusão ser controlada, a relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), deu início à leitura do plano de trabalho da comissão.