A rejeição a Bolsonaro ocorre, em parte, pela percepção de que o eleitorado de direita e centro-direita já está inclinado a apoiar Nunes contra o adversário Guilherme Boulos (PSOL), como apontam pesquisas e declarações de líderes políticos que apoiaram Pablo Marçal (PRTB) no primeiro turno.
Por Redação – de São Paulo
Articuladores da campanha do prefeito Ricardo Nunes (MDB) disseram que a melhor opção do candidato à reeleição, no segundo turno, é distanciar-se do ex-mandatário neofascista Jair Bolsonaro (PL). Figura tóxica, poderia se transformar em obstáculo à conquista de votos.
Fontes ligadas à campanha de Nunes disseram à jornalista Malu Gaspar, do diário conservador carioca ‘O Globo’ que a performance de Bolsonaro, ao apoiar formalmente Nunes no primeiro turno enquanto acenava para a candidatura de Pablo Marçal (PRTB), desapontou o prefeito.
Estrategistas da campanha de Nunes acrescentaram que a prioridade agora é conquistar o voto do eleitor de centro, que pode se afastar caso Bolsonaro se envolva.
— O que pode atrapalhar o Nunes é o Bolsonaro querer fazer campanha agora. Se Bolsonaro entrar agora na campanha do Nunes, só vai atrapalhar. Quando a gente precisou dele, ele não foi. Agora não precisamos mais. Bolsonaro agora quer vir na janelinha? Janelinha não — afirmou Paulinho da Força (Solidariedade-SP).
Pesquisas
A rejeição a Bolsonaro ocorre, em parte, pela percepção de que o eleitorado de direita e centro-direita já está inclinado a apoiar Nunes contra o adversário Guilherme Boulos (PSOL), como apontam pesquisas e declarações de líderes políticos que apoiaram Pablo Marçal (PRTB) no primeiro turno. Pesquisa da Quaest, realizado antes do primeiro turno, mostrou que 67% dos eleitores de Marçal estariam dispostos a votar em Nunes em um eventual segundo turno contra Boulos.
Ainda no espectro da direita e da extrema direita em nível nacional; além de Bolsonaro, já se aproximaram do prefeito que tenta permanecer no cargo. Nikolas Ferreira (PL-MG), que no primeiro turno chegou a comparar Nunes a um “copo de veneno”, agora declarou seu apoio à reeleição.
Para agravar o isolamento do ex-presidente, aliados como o pastor Silas Malafaia criticam Bolsonaro publicamente. Malafaia chegou a chamá-lo de “covarde” e “omisso” por não ter se engajado na campanha de Nunes no primeiro turno, apontando que, para ele, o medo do apoio massivo a Marçal nas redes sociais influenciou a posição dúbia do ex-militar.