Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Bolsonaro tende a radicalizar mais o discurso para o segundo turno

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Segunda, 08 de Outubro de 2018 às 13:37, por: CdB

Candidato neofascista à Presidência da República, Jair Bolsonaro inaugura uma forma cifrada de fazer ameaças. Agora, sem palavrões.

 
Por Redação - do Rio de Janeiro
  O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, afirmou nesta segunda-feira que não pode se transformar em “Jairzinho paz e amor” para tentar angariar mais votos no segundo turno da disputa pelo Palácio do Planalto, dizendo que vai se manter fiel a seus posicionamentos conservadores. — Olha só, eu não posso virar o ‘Jairzinho Paz e Amor’ e me violentar. Eu tenho que continuar sendo a mesma pessoa. É lógico que a gente usa sinônimos, de vez em quando eu falava palavrões, eu não falo mais — disse Bolsonaro em entrevista à rádio Jovem Pan, um dia após ter recebido 46% dos votos no primeiro turno da eleição presidencial.
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Bolsonaro ameaça os movimentos sociais com medidas que ainda não detalhou, em seu discurso de campanha
Bolsonaro afirmou, ainda, que está em negociações com parlamentares de diferentes partidos para montar uma base de apoio a seu eventual governo, uma vez que, segundo ele, não seria possível governar apenas com os parlamentares eleitos de sua própria legenda.

Urnas

O candidato do PSL vai enfrentar no 2º turno o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), que recebeu 29% dos votos no primeiro turno da disputa presidencial, no domingo. O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, disse na noite deste domingo que, se não tivesse ocorrido o que chamou de “problemas” com urnas durante a votação, poderia já ter sido eleito presidente da República no primeiro turno e destacou que vai exigir de autoridades da Justiça Eleitoral soluções. — Vamos juntos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) exigir soluções para o que aconteceu agora e não foi pouca coisa, foi muita coisa. Tenho certeza que se esse problema não tivesse ocorrido e tivéssemos confiança no voto eletrônico, já teríamos o nome do futuro presidente da República decidido no dia de hoje — afirmou Bolsonaro, em transmissão feita pelo Facebook.

Comunismo

O candidato do PSL, que terminou o primeiro turno na frente e enfrentará o petista Fernando Haddad no segundo turno em 28 de outubro, afirmou que “lamentavelmente” o sistema venceu a primeira etapa, mas conclamou os apoiadores —após agradecer aos 49 milhões de votos que recebeu— a não esmorecer até o segundo turno. Na transmissão, Bolsonaro destacou que vai trabalhar para derrotar Haddad no segundo turno, sem citar o adversário nominalmente. Ele disse que o opositor se aconselha o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na prisão em Curitiba. — Não queremos a volta desse tipo de gente que trouxe o pior da política ao Palácio do Planalto. O Brasil teve uma experiência de 13 anos com o que é o pior que tem na política. Não podemos continuar flertando com o socialismo e o comunismo — acrescentou.

Lava Jato

O candidato do PSL afirmou que não será “fácil” a disputa do segundo turno, uma vez que os adversários têm “bilhões de reais” para gastar até lá. Sem citar nomes, ele disse lamentar que “parte” da imprensa espera a volta do PT ao governo. — Temos que acreditar em nosso Brasil, devemos continuar mobilizados, não podemos simplesmente nos recolher, falta aí 3 semanas para o segundo turno — disse. Bolsonaro disse que vai trabalhar para evitar que se jogue “na lata do lixo” o trabalho do juiz federal Sérgio Moro, da Operação Lava Jato, do Ministério Público e da Polícia Federal no combate à corrupção.

Liberalismo

Bolsonaro afirmou que vai buscar resgatar o Parlamento brasileiro, unir o povo e os “cacos” que deixou o governo da esquerda brasileira e que pretende “jogar pesado” na questão da segurança pública para trazer paz às mulheres e às mães. Em breve fala sobre a economia, o candidato do PSL disse que vai implementar a proposta economia do economista Paulo Guedes, cotado para ser seu superministro da Economia e que estava ao seu lado na transmissão, de “tirar o Estado do cangote de quem produz”. Defendeu mais uma vez desonerar a folha de pagamento e desregulamentar “muita coisa” na economia. Bolsonaro afirmou que vai diminuir o tamanho do Estado, tendo no máximo 15 ministérios e acenou de novo com a extinção de estatais e privatizações.
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