Candidato neofascista à Presidência da República, Jair Bolsonaro inaugura uma forma cifrada de fazer ameaças. Agora, sem palavrões.
Por Redação - do Rio de Janeiro
O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, afirmou nesta segunda-feira que não pode se transformar em “Jairzinho paz e amor” para tentar angariar mais votos no segundo turno da disputa pelo Palácio do Planalto, dizendo que vai se manter fiel a seus posicionamentos conservadores.
— Olha só, eu não posso virar o ‘Jairzinho Paz e Amor’ e me violentar. Eu tenho que continuar sendo a mesma pessoa. É lógico que a gente usa sinônimos, de vez em quando eu falava palavrões, eu não falo mais — disse Bolsonaro em entrevista à rádio Jovem Pan, um dia após ter recebido 46% dos votos no primeiro turno da eleição presidencial.
Bolsonaro afirmou, ainda, que está em negociações com parlamentares de diferentes partidos para montar uma base de apoio a seu eventual governo, uma vez que, segundo ele, não seria possível governar apenas com os parlamentares eleitos de sua própria legenda.
Urnas
O candidato do PSL vai enfrentar no 2º turno o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), que recebeu 29% dos votos no primeiro turno da disputa presidencial, no domingo.
O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, disse na noite deste domingo que, se não tivesse ocorrido o que chamou de “problemas” com urnas durante a votação, poderia já ter sido eleito presidente da República no primeiro turno e destacou que vai exigir de autoridades da Justiça Eleitoral soluções.
— Vamos juntos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) exigir soluções para o que aconteceu agora e não foi pouca coisa, foi muita coisa. Tenho certeza que se esse problema não tivesse ocorrido e tivéssemos confiança no voto eletrônico, já teríamos o nome do futuro presidente da República decidido no dia de hoje — afirmou Bolsonaro, em transmissão feita pelo Facebook.
Comunismo
O candidato do PSL, que terminou o primeiro turno na frente e enfrentará o petista Fernando Haddad no segundo turno em 28 de outubro, afirmou que “lamentavelmente” o sistema venceu a primeira etapa, mas conclamou os apoiadores —após agradecer aos 49 milhões de votos que recebeu— a não esmorecer até o segundo turno.
Na transmissão, Bolsonaro destacou que vai trabalhar para derrotar Haddad no segundo turno, sem citar o adversário nominalmente. Ele disse que o opositor se aconselha o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na prisão em Curitiba.
— Não queremos a volta desse tipo de gente que trouxe o pior da política ao Palácio do Planalto. O Brasil teve uma experiência de 13 anos com o que é o pior que tem na política. Não podemos continuar flertando com o socialismo e o comunismo — acrescentou.
Lava Jato
O candidato do PSL afirmou que não será “fácil” a disputa do segundo turno, uma vez que os adversários têm “bilhões de reais” para gastar até lá. Sem citar nomes, ele disse lamentar que “parte” da imprensa espera a volta do PT ao governo.
— Temos que acreditar em nosso Brasil, devemos continuar mobilizados, não podemos simplesmente nos recolher, falta aí 3 semanas para o segundo turno — disse.
Bolsonaro disse que vai trabalhar para evitar que se jogue “na lata do lixo” o trabalho do juiz federal Sérgio Moro, da Operação Lava Jato, do Ministério Público e da Polícia Federal no combate à corrupção.
Liberalismo
Bolsonaro afirmou que vai buscar resgatar o Parlamento brasileiro, unir o povo e os “cacos” que deixou o governo da esquerda brasileira e que pretende “jogar pesado” na questão da segurança pública para trazer paz às mulheres e às mães.
Em breve fala sobre a economia, o candidato do PSL disse que vai implementar a proposta economia do economista Paulo Guedes, cotado para ser seu superministro da Economia e que estava ao seu lado na transmissão, de “tirar o Estado do cangote de quem produz”. Defendeu mais uma vez desonerar a folha de pagamento e desregulamentar “muita coisa” na economia.
Bolsonaro afirmou que vai diminuir o tamanho do Estado, tendo no máximo 15 ministérios e acenou de novo com a extinção de estatais e privatizações.