Além de apoiar o seu impeachment, a ABI clamou para que o próprio presidente renuncie. De acordo com o cientista político e membro do Instituto de Advogados Brasileiros (IAB) Jorge Rubem Folena, o episódio revela sinais de desespero. Para ele, Bolsonaro está isolado, sem apoio político e popular.
Por Redação - do Rio de Janeiro
Após o presidente Jair Bolsonaro protagonizar mais um ataque à imprensa, na véspera, em Guaratinguetá, interior de São Paulo, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) classificou Bolsonaro como “perturbado, desvairado e enlouquecido”. O mandatário neofascista agrediu, verbalmente, a repórter Laurene Santos, da TV Vanguarda, afiliada da Rede Globo.
Além de apoiar o seu impeachment, a ABI clamou para que o próprio presidente renuncie. De acordo com o cientista político e membro do Instituto de Advogados Brasileiros (IAB) Jorge Rubem Folena, o episódio revela sinais de desespero. Para ele, Bolsonaro está isolado, sem apoio político e popular, sustentado apenas pelos militares.
— O que aconteceu ontem é o desespero do governo. Bolsonaro está prensado pela CPI da Covid e pelas manifestações, que começam a ganhar corpo, num movimento que se expande cada vez mais. Então ele está completamente isolado. Não tem respaldo popular nenhum — destacou Folena, nesta manhã, à agência brasileira de notícias Rede Brasil Atual (RBA).
Manifestações
Como tentativa de reação à CPI e às manifestações, o presidente Bolsonaro vem promovendo passeios de moto aos fins de semana. Além de inócuos e sem sentido, Folena também afirmou que essas manifestações em favor do presidente estão “completamente esvaziadas”. A última, ocorrida em São Paulo, reuniu cerca de 6,6 mil motos, segundo o sistema eletrônico que controla a passagem pelo pedágio da Rodovia Bandeirantes.
O cientista político afirma que até mesmo a aliança com os partidos do chamado ‘Centrão’ será colocada em xeque, diante do derretimento de Bolsonaro e a proximidade das eleições do ano que vem.
— Mais dia menos dias, essa base de apoio do Centrão vai descolar do Bolsonaro. É insustentável. Mas ano que vem tem eleições. E se continuarem nesse caminho, muitos não vão retornar — alertou Folena.
Impeachment
Nesse sentido, ele diz que é hora de redobrar as pressões sobre o presidente da Câmara, Arthur Lira. É ele quem tem a prerrogativa para colocar em votação ao menos um dos mais de 100 pedidos de afastamento contra Bolsonaro.
— São quase três anos e nada foi feito pelo — resumiu Folena.