Rio de Janeiro, 11 de Junho de 2025

Bolsonaro se irrita com declaração de Guedes, que se despede do governo

Na noite passada, Guedes fez um discurso em tom de despedida aos seus assessores e funcionários do Ministério, no qual não apenas admitia a vitória do petista, ao contrário do que prega seu superior imediato, mas praticamente entregava a administração da pasta.

Quarta, 23 de Novembro de 2022 às 11:05, por: CdB

Na noite passada, Guedes fez um discurso em tom de despedida aos seus assessores e funcionários do Ministério, no qual não apenas admitia a vitória do petista, ao contrário do que prega seu superior imediato, mas praticamente entregava a administração da pasta.

Por Redação - de Brasília
Assessores do presidente Jair Bolsonaro (PL) não esconderam o espanto, na manhã desta quarta-feira, com os palavrões que ecoavam no quarto andar do Palácio do Planalto, para onde o mandatário voltou após 20 dias de descanso depois da derrota, nas urnas, para o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. A revolta do convalescente de uma erisipela tinha endereço certo: o ministro da Economia, Paulo Guedes, conforme apurou a reportagem do Correio do Brasil.
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O ministro Paulo Guedes está de saída do governo e admite a derrota para o PT
Na noite passada, Guedes fez um discurso em tom de despedida aos seus assessores e funcionários do Ministério, no qual não apenas admitia a vitória do petista, ao contrário do que prega seu superior imediato, mas praticamente entregava a administração da pasta à equipe de transição para o novo governo, embora restem mais de um mês até a posse. — Quero agradecer a todo o time. Eu saio para o meu consolo, mas eles ficam. Vão continuar apanhando — declarou o ministro bolsonarista. Para desespero de Bolsonaro, Guedes garantiu que a atual gestão não deixará uma “bomba fiscal” ou uma “herança maldita” para o sucessor, embora a lista de medidas eleitoreiras adotadas pelo governo que se despede praticada nos últimos meses. Guedes mencionou a pandemia e a guerra na Ucrânia como obstáculos encontrados pelo governo. — Como dá para alguém sério e preparado entrar numa conversa de herança maldita? Esse é o registro de quem pagou o preço da guerra — acrescentou.

Chuvas de verão

Para a equipe de transição, no entanto, o Orçamento estruturado por Guedes torna-se “inexequível” para 2023. De acordo com o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que integra o grupo de trabalho do setor para a próxima gestão, o atual governo não deixará recursos suficientes para ações emergenciais contra as chuvas de verão no início do ano que vem. O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), em entrevista a jornalistas da CartaCapital, nesta manhã, também avaliou que “o cenário orçamentário é extremamente preocupante” para o setor de Desenvolvimento Regional. Ele destacou a área de prevenção a desastres naturais e contenção de encostas. — Nós estamos falando, em números absolutos, em um orçamento, no ano anterior, de 3 bilhões de reais, e a previsão de 25 mil reais para o exercício de 2023. Portanto, na verdade, em pautas que são sensíveis e importantes, a peça orçamentária apenas abriu uma rubrica, mas não destinou orçamento para este fim — resumiu.
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