Presentes ao evento, as cúpulas do Progressistas e do Republicanos, partidos com os quais o presidente também negociou, sinalizavam o interesse em permanecer na aliança com o governo neofascista. Em seu discurso, Bolsonaro disse que "nenhum partido será esquecido".
Por Redação - de Brasília
Dois anos depois, com várias idas e vindas, o presidente Jair Bolsonaro volta aos braços do chamado ‘Centrão’, nesta terça-feira, ao se filiar ao Partido Liberal (PL). Sob os aplausos do dono da legenda, o ex-deputado Valdemar Costa Neto, condenado no escândalo conhecido como ‘mensalão’, a cerimônia foi pontuada por ataques diretos ao juiz suspeito Sérgio Moro (Podemos) e ao líder petista Luiz Inácio Lula da Silva, primeiro colocado nas pesquisas de opinião.
Flavio Bolsonaro articulou o ingresso do pai no PL, o partido de Costa Neto, preso por corrupção
Presentes ao evento, as cúpulas do Progressistas e do Republicanos, partidos com os quais o presidente também negociou, sinalizavam o interesse em permanecer na aliança com o governo neofascista. Em seu discurso, Bolsonaro disse que "nenhum partido será esquecido" e que irá compor nos Estados para indicar candidatos a senador e governador.
Na cerimônia, aberta com uma oração do pastor Marcos Feliciano (Republicanos-SP), um dos cerca de 20 deputados que entrarão na legenda, Bolsonaro destacou sua carreira política como parlamentar e tentou desconstruir a imagem de que conduz um governo militar. Ao lado de ministros, Bolsonaro argumentou que "dizem que o governo é militar", mas ressaltou que há vários titulares de origem parlamentar.
‘Em casa’
Praticamente todo o primeiro escalão do governo compareceu à solenidade, entre eles os ministros militares, que preferiram não se pronunciar. Entre eles Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que associou integrantes do ‘Centrão’ a ladrões durante a campanha eleitoral de 2018.
— Estou me sentindo em casa. Vim do meio de vocês, fiquei 28 (anos) dentro da Câmara dos Deputados. A decisão não foi fácil. Uma filiação é como um casamento. Não seremos marido e mulher, seremos uma família — disse Bolsonaro aos parlamentares presentes.
O presidente desconversou sobre a campanha pela reeleição, embora seus aliados tenham indicado que "em 2022 é 22", referência ao ano que vem e à legenda do PL. Bolsonaro disse que a cerimônia num auditório lotado de um hotel em Brasília era simples e não de lançamento de ninguém a cargo nenhum, embora tenha sido tratado como candidato, todo o tempo.
Bandeiras
No evento, o PL se apropriou de programas e marcas do governo Bolsonaro. Cartazes destacavam os leilões da tecnologia 5G, a nova legislação do saneamento, a integração do São Francisco e o Auxílio Brasil.
"O presidente que fez o maior programa social do mundo agora é do PL", destacava a decoração da mesa composta pela cúpula do Centrão, Bolsonaro, seus filhos, parlamentares e ministros.
Valdemar Costa Neto, por sua vez, afirmou o PL empunha as bandeiras do governo, ao dar as boas vindas a Bolsonaro.
— Temos a exata responsabilidade ao empunhar as bandeiras de sua obra à frente de um governo que nunca se intimidou — resumiu Costa Neto.