Rio de Janeiro, 14 de Novembro de 2024

Bolsonaro aposta em atos de violência, na campanha contra Lula

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Sexta, 08 de Julho de 2022 às 13:09, por: CdB

O mandatário já havia sido desmascarado por Fachin, na véspera. Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Fachin disse nesta quarta-feira, em palestra nos Estados Unidos, que o Brasil pode passar por um episódio de ataques às instituições ainda mais grave do que o ocorrido na invasão ao Capitólio, a sede do Congresso norte-americano, localizado em Washington.

Por Redação - de Brasília e Rio de Janeiro
O presidente Jair Bolsonaro (PL) engrossou o discurso, nesta sexta-feira, em prol da violência e dos atos extremistas contra o principal opositor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e voltou a envolver os militares. Em ato oficial no interior paulista, nesta sexta-feira, Bolsonaro disse que o contingente fardado têm o compromisso de se preparar para a possibilidade de agressões internas, destacando que não se pode comungar com uma "traição".
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Fachin prevê que bolsonaristas tentarão atos mais graves do que, nos EUA, Trump incitou os seguidores a invadir o Capitólio
Sem dar detalhes sobre qual agressão interna seria possível no país, Bolsonaro fez as declarações durante solenidade de entrega de espadins aos cadetes da Força Aérea Brasileira em Pirassununga, no interior de São Paulo. — Alguns vendilhões se associam a outros de fora para nos escravizar. Nós militares, todos, vocês jovens cadetes que receberam o espadim há pouco, nós todos fizemos um juramento, dar a vida por nossa pátria, se preciso for. E esse dar a vida não é por possíveis agressões de fora, em especial, por agressões internas. Temos esse compromisso, temos de nos preparar dia a dia para essa possibilidade. Vivemos em paz, temos um país democrático e seu povo ama e respira a liberdade — acrescentou, em uma possível alusão ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Mensagem

Na noite passada, em transmissão ao vivo pelas redes sociais, Bolsonaro também enviou uma mensagem cifrada a seus apoiadores para que estes passem a tumultuar o processo eleitoral, antes da eleição deste ano. Em sua fala na qual incitou a violência, Bolsonaro chegou a mencionar a invasão ao Capitólio, nos Estados Unidos, quando o ex-presidente Donald Trump, ao ser derrotado nas urnas, provocou seus apoiadores a atacarem os parlamentares para garantir a continuação de seu governo. — Se o pessoal do Comando de Defesa Cibernética do Exército detectar fraude não vai valer de nada esse trabalho porque o senhor (ministro Edson) Fachin já declarou que isso não muda o resultado das eleições. Não preciso aqui dizer o que estou pensando, o que você está pensando. Você sabe o que está em jogo, e você sabe como deve se preparar, não para um novo Capitólio, ninguém quer invadir nada, mas nós sabemos o que temos que fazer antes das eleições — adiantou Bolsonaro. O mandatário já havia sido desmascarado por Fachin, na véspera. Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Fachin disse nesta quarta-feira, em palestra nos Estados Unidos, que o Brasil pode passar por um episódio de ataques às instituições ainda mais grave do que o ocorrido na invasão ao Capitólio, a sede do Congresso norte-americano, localizado em Washington. — Nós poderemos ter um episódio ainda mais agravado do 6 de janeiro daqui, do Capitólio — afirmou Fachin, durante encontro organizado pelo instituto Wilson Center.

Atos terroristas

De fato, a beligerância do discurso bolsonarista tem se apresentado em ocasiões diferentes, por todo o país. Episódios ligados a ameaças, ataques e tensão relacionados à pré-campanha eleitoral têm se acumulado no Brasil. Na noite passada, por exemplo, o país viu um ataque a um juiz federal e a um ato com o ex-presidente Lula. A polarização eleitoral entre Bolsonaro e Lula e a perspectiva de uma disputa acirrada levaram a Polícia Federal (PF) a reforçar o esquema de segurança de candidatos à Presidência para este ano. Até 2018, a PF fazia a proteção dos candidatos com base em lei e portaria sucinta do Ministério da Justiça, que tratava genericamente da necessidade de a corporação proteger aqueles que disputassem o Palácio do Planalto. Após o pleito, marcado pela facada a Bolsonaro e ameaças à campanha de Fernando Haddad (PT), a polícia editou instrução normativa específica para a segurança dos candidatos à Presidência com diretrizes que devem ser seguidas pelos agentes e com recomendações claras aos políticos que vão concorrer.
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