Presidente neofascista disse que não precisa de provas para acusar o Partido dos Trabalhadores
Por Redação, com Reuters
O presidente Jair Bolsonaro voltou a acusar os médicos cubanos que estavam no Brasil dentro do programa Mais Médicos de terem sido enviados, a pedido do PT para criarem “células terroristas” no país, mas disse que não precisa apresentar provas da sua acusação.
- O PT botou no Brasil cerca de 10 mil fantasiados de médicos aqui dentro, em locais pobres para fazer células de guerrilhas e doutrinação. Tanto é que quando eu cheguei eles foram embora porque eu ia pegá-los - acusou Bolsonaro.
O presidente voltou às acusações contra Cuba e o PT —partido que estava no governo quando o Mais Médicos foi criado—, ao ser questionado sobre propostas para resolver problemas sociais do Brasil, depois de reclamar de reportagens que mostravam a situação difícil que vive a família da primeira-dama, Michele, em uma cidade-satélite de Brasília.
Ao ser perguntado diretamente sobre provas das acusações que faz aos médicos cubanos, Bolsonaro evitou responder.
- Precisa ter prova disso daí? Tu acha que está escrito isso aí em algum lugar? - disse.
Diante da insistência dos repórteres, afirmou que Cuba exportava guerrilheiros na década de 70 para Angola e que estava difícil apurar a ação dos cubanos no Brasil porque “o PT sumiu com muita coisa”.
O presidente também foi questionado se sabia de alguma ação guerrilheira dos cubanos durante os anos que estiveram no Brasil e respondeu que estavam aqui em “preparação”.
- É preparação, é preparação. Você não faz as coisas de uma hora para outra, fazendo a cabeça do povo - afirmou.
Bolsonaro usou ainda como justificativa o que diz ser falta de qualidade da medicina em Cuba. Mais uma vez, lembrou que o ex-presidente venezuelano Hugo Chávez foi para o país para ser tratado e morreu.
- Alguém já viu um médico cubano andando pelo mundo defendendo teses? Não. Nem tem internet em Cuba. Eles nem conseguem ter acesso a outras fontes de informação. Não tem nada lá, meu Deus - afirmou.