O inquérito da PF que investiga se a PRF foi usada para interferir na disputa eleitoral foi tornado público, nesta quarta-feira. Na época, Silvinei Vasques, aliado do então presidente Bolsonaro estava à frente da instituição e as operações se concentraram, principalmente, no Nordeste.
Por Redação - de Brasília
Um relatório produzido pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN) e encaminhado à Polícia Federal (PF) aponta indícios de que as blitzen feitas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) no segundo turno das eleições presidenciais, em outubro de 2022, impediram ou atrasaram a chegada dos eleitores aos locais de votação. Trata-se do primeiro documento da Justiça Eleitoral sobre o potencial de atrapalhar as eleições e envolvem, diretamente, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O inquérito da PF que investiga se a PRF foi usada para interferir na disputa eleitoral foi tornado público, nesta quarta-feira. Na época, Silvinei Vasques, aliado do então presidente Bolsonaro estava à frente da instituição e as operações se concentraram, principalmente, no Nordeste.
Medidas
A região contribuiu em peso para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vencesse as eleições. Vasques está preso preventivamente desde 9 de agosto em decorrência da investigação.
Segundo o TRE-RN, houve uma mudança no padrão de horário em que os eleitores compareceram à votação. Parte considerável deles, que costumava votar pela manhã, só chegou às urnas após a Justiça adotar medidas emergenciais para liberar o caminho dos eleitores, já no período da tarde.
Conforme apontou a juíza eleitoral Erika Corrêa, mesários relataram "baixo fluxo de comparecimento de eleitores e eleitoras" nas seções, bem como a inexistência de filas e diversas salas vazias nos locais de votação.
As operações podem também ter inibido o deslocamentos em cidades pequenas do interior, segundo a juíza eleitoral.