Segundo o embaixador do Brasil no Paraguai, Carlos Alberto Simas Magalhães, depois de uma negociação com o governo brasileiro feita através da embaixada, o novo chanceler paraguaio, Antonio Rivas Palácios, registrou em ata a decisão de tornar inválido o acordo.
Por Redação, com agências internacionais - de Assunção e Brasília
Após a ameaça de um impeachment contra o presidente do Paraguai, Mario Abdo, seu contraparte brasileiro concordou em tornar sem efeito o acordo bilionário sobre a energia de Itaipu, assinado em maio deste ano, No novo tratado, os paraguaios concordaram com alterações que trariam um custo maior para a energia daquele país.
Segundo o embaixador do Brasil no Paraguai, Carlos Alberto Simas Magalhães, depois de uma negociação com o governo brasileiro feita através da embaixada, o novo chanceler paraguaio, Antonio Rivas Palácios, registrou em ata a decisão de tornar inválido o acordo.
— Tudo foi feito em acordo com o governo brasileiro — afirmou o embaixador.
Impeachment
Uma reunião entre as chancelarias estava marcada para a sexta pela manhã, em Brasília, para negociar a denúncia — ou rescisão — do acordo, mas foi cancelada, uma vez que o governo brasileiro concordou em suspender o acordo, rapidamente, na tentativa de evitar o impeachment do presidente paraguaio. A tentativa, no entanto, ainda está em análise por parte dos parlamentares do país vizinho.
Partidos de oposição, ajudados por um grupo dissidente do partido Colorado, do próprio presidente, se preparavam para apresentar o pedido de abertura de um processo de impedimento contra Abdo por conta do acordo. Segundo parlamentares paraguaios, haveria um aumento de US$ 200 milhões sobre o custo da energia, para a estatal paraguaia.
— O problema do Paraguai é que o impeachment você faz em 72 horas. A gente não vai interferir na política do Paraguai. Eu me dou muito bem com o Marito — disse Bolsonaro a jornalistas nesta manhã.
Acordo
Bolsonaro alega que a culpa é do PT. Os governos petistas, diz ele, fizeram “concessões absurdas no passado” nas negociações com o Paraguai.
— A gente não quer prejudicar o Paraguai... Eu determinei, dei o aval para que fosse denunciado o último acordo nosso. Eles vêm aqui para conversar... a gente faz outro, não tem problema nenhum, pode refazer o acordo — concluiu.