Rio de Janeiro, 23 de Dezembro de 2024

Base briga entre si e não tem votos para aprovar reforma, avalia deputado

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Segunda, 25 de Março de 2019 às 11:59, por: CdB

Ministro da Economia, Paulo Guedes avalia junto a intelocutores que o governo tem garantidos 260 dos 308 votos necessários para aprovar a matéria, em Plenário. Mas, segundo o vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira (PRB-SP), a matéria não tem 50 votos.

 
Por Redação - de Brasília
Em meio ao embate entre o “guru” da família Bolsonaro, o astrólogo Olavo de Carvalho, e um dos mais representativos ministros militares, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, da Secretaria de Governo; sem contar a briga pública entre a líder no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) e o colega Kim Kataguiri (DEM-SP), representante do Movimento Brasil Livre (MBL) — de ultradireita — a reforma da Previdência segue paralisada. O ambiente azedou no Congresso.
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Kim Kataguiri, hoje deputado federal, ajudou na eleição de Bolsonaro, mas discorda das atitudes do governo e ameaça seguir para oposição
Ministro da Economia, Paulo Guedes avalia junto a intelocutores que o governo tem garantidos 260 dos 308 votos necessários para aprovar a matéria, em Plenário. Mas, segundo o vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira (PRB-SP), a matéria não tem 50 votos. — Hoje não tem 50 votos. Nem o PSL vota 100% (com o Bolsonaro). Talvez o governo tenha sido amador por falta de experiência — afirmou Pereira, a jornalistas. O ex-ministro da Indústria, bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus e presidente nacional do PRB, que conta com uma bancada de 31 cadeiras na Câmara, reclama que o Planalto tem sido desatencioso com os parlamentares. — (Bolsonaro) Precisa descer do palanque — acrescentou.

Gestos

Líder do PRB, Pereira reclama que seus liderados sequer têm sido recebidos nos ministérios. — O novo Brasil tem de começar de onde o Brasil estava dando certo, não do zero. Eles parecem que querem começar o Brasil do zero — constata. Bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, Pereira compara o nível de articulação política de Bolsonaro ao governo Dilma. — É muito parecido. Política é diálogo, é atenção, são gestos. Não tenho visto gestos, atenção nem diálogo — disse. Esta é a mesma razão pela qual brigam Kataguiri e Hasselmann, desta vez, nas redes sociais. Eles trocaram ofensas para o espanto de seus mais de 700 mil seguidores, no Twitter, durante o final de semana. Os ataques dos filhos do presidente Bolsonaro ao presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), esquentou os ânimos no front da direita.

Pragmáticos

“Cara de pau”, “oportunista” e “biruta de aeroporto” são apenas alguns dos adjetivos trocados entre os integrantes das forças reacionárias. Hasselmann bateu por último, na briga, ao dizer que Kataguiri deveria “pegar a chupeta e ir nanar”, enquanto os “adultos trabalham”. Kataguiri criticou a posição da legenda em relação à capacidade de Maia para aprovar os textos de interesse do Planalto. “PSL na eleição para a presidência da Câmara: ‘precisamos ser pragmáticos, só Maia consegue garantir maioria e conduzir a Previdência’.

“PSL agora: ‘Maia está sabotando a reforma em nome da velha política! Vamos derrubar o Congresso! Fora todos! Oportunista

“Falta coerência”, disse Kataguiri, no Twitter. A resposta chegou quatro horas depois. Hasselmann disse, na mesma rede social, que ele não deveria ser “mais oportunista do que a média de sempre”. E afirmou que o PSL não havia se posicionado dessas duas maneiras em relação a Maia, a quem ela tem defendido, desde o início das agressões dos seguidores de Bolsonaro. “Na prática, sem Maia, a coisa não vai e o Brasil empaca.Não seja mais oportunista do que a média de sempre, Kim. Você não fala pelo PSL. O partido em nenhum momento fez a afirmação citada por você. Honestidade, pelo menos com seu seguidor, faz bem. Nosso partido segue com o mesmo foco: aprovar a Previdência”, respondeu.

Chupeta

Kataguiri foi à tréplica e a chamou de “cara de pau”, pois ela teria críticas a “Maia desde criancinha”. “Tem de ser muito cara de pau para falar em oportunismo. Dizia que Maia era o demônio na Terra, o arqui-inimigo da lava-jato, o simbolo-mor da corrupção. Depois de eleita, passou a ser Maia desde criancinha. Tenha dó. Quer seguir Carluxo e afundar o governo no Twitter também?”, desafiou. “Kim, você está sendo realmente o que sempre foi: um moleque. Só isso e mais nada. Biruta de aeroporto. Seus comportamentos em relação ao Jair Bolsonaro no 1º e 2º turnos da eleição mostram bem isso. Pega a chupeta e vai nanar, neném. Deixa os adultos trabalharem”, encerrou Hasselmann.
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