Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Barroso bate firme contra Bolsonaro e desmente seus bordões

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Quinta, 09 de Setembro de 2021 às 10:59, por: CdB

Um tom acima do grave pronunciamento, na véspera, do presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, o presidente da corte eleitoral disse que o país passa por um ‘momento grave’ e que a ‘marca Brasil’ sofre uma uma desvalorização global.

Por Redação - de Brasília
No discurso de abertura da sessão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) desta quinta-feira, o presidente Luís Roberto Barroso bateu firme contra as alegações, sem provas, feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), durante os discursos em manifestações golpistas do feriado de 7 de Setembro. O ministro destacou que não se pode ‘permitir a destruição das instituições para encobrir o fracasso econômico, social e moral’ que o país vive.
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Barroso foi eleito para um mandato de dois anos à frente do TSE
— A democracia tem lugar para conservadores liberais e progressistas. O que nos une é o respeito à Constituição. A democracia só não tem lugar para quem pretende destrui-la — reforçou. Um tom acima do grave pronunciamento, na véspera, do presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, o presidente da corte eleitoral disse que o país passa por um ‘momento grave’ e que a ‘marca Brasil’ sofre uma uma desvalorização global. — A falta de compostura nos envergonha perante o mundo. Somos vítimas de chacota e desprezo mundial, um desprestígio maior do que a inflação, do que o desemprego, do que a queda de renda, do que o desmatamento da Amazônia — bateu. Outro ponto do mesmo diapasão com o discurso de Fux, citado por Barroso, foram as bravatas de Bolsonaro que, para insuflar seus apoiadores contra as instituições do Judiciário, prometeu desrespeitar decisões judiciais que venham a ser emitidas pelo ministro Alexandre de Moraes, integrante das duas cortes. O presidente do Supremo lembrou que o desacato a ordens da Justiça é crime de responsabilidade, que pode ensejar a abertura de processo de impeachment.

Desmentidos

O presidente do TSE listou, ainda, seis acusações infundadas proferidas por Bolsonaro contra a Justiça Eleitoral e seus integrantes durante os atos golpistas, como a suposta possibilidade de fraude eleitoral devido ao sistema de votação eletrônico utilizado atualmente e a necessidade da adoção do voto impresso auditável para solucionar manipulações jamais comprovadas. De forma objetiva e firme, Barroso desmentiu cada uma das falas do presidente. — O slogan para o momento brasileiro, ao contrário do propalado, parece ser ‘conhecerás a mentira e a mentira te aprisionará’. Quando o fracasso bate à porta, porque esse é o destino do populismo, é preciso encontrar culpados, bodes expiatórios. O populismo vive de arrumar inimigos para justificar o seu fiasco. Pode ser o comunismo, a imprensa, ou os tribunais — destacou. Ao rebater as bravatas de Bolsonaro sobre o voto impresso, em seguida, Barroso voltou a sinalizar que a contagem pública manual de votos ‘seria um retorno ao tempo da fraude e da manipulação’. — Contagem pública anual de votos é como abandonar o computador e regredir não à máquina de escrever, mas à caneta tinteiro. Se tentam invadir o Congresso Nacional e o STF imaginasse o que não fariam com as sessões eleitorais — pontuou.

Pressão

Os ataques dirigidos ao STF por parte de Jair Bolsonaro e a presença de seus apoiadores em Brasília após a manifestação do 7 de setembro fizeram com que a Corte mantivesse o estado de segurança máxima, nesta quinta-feira. O forte esquema de segurança montado desde a véspera do feriado do Dia da Independência até esta manhã permanecerá até o fim da semana. Interlocutores da Corte afirmam que o setor de segurança do Supremo também não descarta prorrogar o reforço na proteção por mais dias, caso haja a avaliação sobre a permanência do ambiente de instabilidade. Viaturas da Polícia Militar do Distrito Federal e da Polícia Federal fizeram uma ronda contínua e todos os acessos ao prédio do STF foram fechados. Como parte do esquema de segurança, funcionários e veículos de imprensa credenciados precisaram entrar por um caminho alternativo e apenas uma entrada estava liberada.
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