Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Ataque ao presidente da OAB gera pedido de impeachment do presidente

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Segunda, 29 de Julho de 2019 às 13:31, por: CdB

O presidente da OAB é filho de Fernando Augusto Santa Cruz de Oliveira, estudante desaparecido após ter sido preso no Rio de Janeiro por agentes da ditadura.

 
Por Redação - de Brasília
  O presidente Jair Bolsonaro atacou o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, pela atuação na investigação do caso de Adélio Bispo, autor do ferimento a faca que sofreu no período eleitoral, e disse que, “se a OAB quiser”, pode explicar como “o pai dele desapareceu no período militar”.
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O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, foi agredido pelo presidente Bolsonaro
— Por que a OAB impediu que a Polícia Federal entrasse no telefone de um dos caríssimos advogados? Qual a intenção da OAB? Quem é essa OAB? Um dia, se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, conto pra ele. Ele não vai querer ouvir a verdade. Conto pra ele — prometeu.
E cumpriu:
— Não é minha versão. É que a minha vivência me fez chegar nas conclusões naquele momento. O pai dele integrou a Ação Popular, o grupo mais sanguinário e violento da guerrilha lá de Pernambuco e veio desaparecer no Rio de Janeiro — relatou Bolsonaro, sem revelar se sabe onde estão os ossos da vítima da ditadura militar. O presidente da OAB é filho de Fernando Augusto Santa Cruz de Oliveira, estudante desaparecido após ter sido preso no Rio de Janeiro por agentes da ditadura, em fevereiro de 1974. Segundo documentos da Comissão da Verdade, que investiga os crimes da ditadura, não há registros de que Fernando tenha participado de luta armada contra o regime, ao contrário do afirmado por Bolsonaro.

Perpétua

Sobre o caso de Adélio, Bolsonaro disse que “ele se deu mal”. — Eu não recorri porque se recorresse ele seria julgado não por homicídio, mas tentativa de homicídio, em um ano e meio ou dois estaria na rua. Como não recorri, agora é maluco o resto da vida. Vai ficar num manicômio judicial, é uma prisão perpétua. Já fiquei sabendo que está aloprando por lá. Abre a boca, pô! — exigiu.

Estado policial

Diante das barbaridades expressas por Bolsonaro, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) assumiu a bandeira do 'Fora, Bolsonaro!’ e defendeu o impedimento do presidente. As declarações sobre a morte de Fernando Santa Cruz. — Não podemos mais tapar o sol com a peneira. Bolsonaro tem que ser impedido. Ele é um criminoso que idolatra genocidas, torturadores e ditadores. Ele e seu clã miliciano conduzem o país para um estado policial autoritário que corrói a democracia e as instituições da república — conclui Pimenta.
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