Mesmo diante do inquérito que apura o apoio de Bolsonaro aos atos terroristas que preconizavam um golpe de Estado, no país, o ex-mandatário se faz acompanhar, em sua estada em Orlando de um primo do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, torturador da Ditadura Militar (1964-1985), de quem o ex-presidente da República já se declarou fã.
Por Redação - de Brasília
Presidente da Câmara, o deputado Arthur Lira (PP-AL) abandonou, definitivamente, o ex-aliado Jair Bolsonaro (PL), nesta segunda-feira, ao apoiar a punição de todas as pessoas que participaram ou que tiveram envolvimento nos ataques terroristas às sedes dos Três Poderes, em Brasília, no último dia 8. Questionado sobre a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de incluir o ex-presidente no inquérito que investiga os golpistas, Lira foi objetivo.
— Meu CPF é um, o CPF do presidente Bolsonaro é outro. Nós temos que ter calma neste momento e investigar todos os aspectos. A nossa fala não muda. Todos os que praticaram e contribuíram para esses atos de vandalismo devem ser severamente punidos — afirmou.
Salão Verde
Acompanhado da governadora do DF em exercício, Celina Leão (PP), e do interventor federal, Ricardo Capelli, o deputado também afirmou que parlamentares que negaram a destruição na Casa Legislativa serão “chamados à responsabilidade”.
— Todos que tiverem responsabilidade vão responder. Inclusive, parlamentares que andam difamando e mentindo, com vídeo, dizendo que praticamente houve inverdades nas agressões que a Câmara dos Deputados sofreu em seu prédio. Esses deputados serão chamados à responsabilidade, porque todos viram — afirmou.
A declaração do presidente da Câmara faz referência ao deputado eleito Abílio Brunini (PL-MT), que gravou um vídeo do Salão Verde da Câmara e afirmou que o local não teve “praticamente nenhum estrago”.
— Nossa preocupação agora é com a posse de 13 deputados e 81 senadores e seus convidados e familiares. Entendo que todo o preparo está sendo bem cuidado para que a gente não tenha nenhum outro tipo de surpresa — afirmou.
Torturador
Mesmo diante do inquérito que apura o apoio de Bolsonaro aos atos terroristas que preconizavam um golpe de Estado, no país, o ex-mandatário se faz acompanhar, em sua estada em Orlando (FL-EUA) de um primo do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, torturador da Ditadura Militar (1964-1985), de quem o ex-presidente da República já se declarou fã.
O coronel da ativa do Exército Marcelo Ustra da Silva Soares, primo do torturador, é um dos 24 servidores do Poder Executivo Federal que embarcaram na viagem do ex-presidente entre 28 e 30 de dezembro de 2022, de acordo com informações localizadas pelo Brasil de Fato no Portal da Transparência.
Marcelo Ustra da Silva Soares é bisneto de Celanira Martins Ustra, avó de Brilhante Ustra. Ele foi nomeado para cargo no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República em 9 de julho de 2020.