“O exame revelou a presença de intensa esofagite com processo inflamatório, erosões da mucosa esofágica e gastrite moderada”, diz o boletim médico do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Por Redação – de Brasília
Após a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em ato público na Avenida Paulista, no domingo, com baixa participação de seus seguidores e quase nenhuma repercussão sequer na mídia conservadora, que sempre o apoia, o ex-mandatário neofascista sairá de cena por um tempo ainda não determinado. Segundo os médicos que o acompanham, Bolsonaro tem uma esofagite, com gastrite moderada, constatada na endoscopia realizada em um hospital de Brasília nesta quarta-feira, de acordo com boletim médico divulgado pela manhã.

“O exame revelou a presença de intensa esofagite com processo inflamatório, erosões da mucosa esofágica e gastrite moderada. Será intensificado o tratamento medicamentoso, que já havia sido iniciado há alguns dias. Seguem as orientações para moderação na fala, dieta regrada e repouso domiciliar”, indica o boletim.
Agenda
Sem nem mesmo esperar o resultado dos exames, Bolsonaro anunciou no início da manhã o cancelamento de todos os compromissos previstos para o mês de julho, já alegando orientação médica.
“Após consulta médica de urgência foi-me determinado ficar em repouso absoluto durante o mês de julho. Do exposto ficam suspensas as agendas de Santa Catarina e Rondônia. Crise de soluços e vômitos tornaram-se constantes, fato que me impede até de falar”, escreveu o ex-presidente.
No fim do mês passado, Bolsonaro apresentou uma crise de soluços e precisou cancelar a agenda que teria em Goiás. Na ocasião, o médico Cláudio Birolini, um dos responsáveis por acompanhar a saúde do ex-presidente, disse que Bolsonaro tem tido quadros frequentes de soluços desde o período pós-operatório de sua última cirurgia.
Obstrução
Na época, ele passou pela sua sexta e mais longa cirurgia abdominal desde a suposta facada que teria sofrido na campanha eleitoral de 2018. O procedimento de 12 horas consistiu em uma “laparotomia exploradora, para liberação de aderências intestinais e reconstrução da parede abdominal”, segundo comunicado.
O ex-presidente ficou internado por três semanas para tratar a obstrução intestinal, em maio. Apesar da sentença de inelegibilidade que cumpre por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), até 2030, Bolsonaro tem insistido em afirmar que será candidato à Presidência, em 2026.
Há, ainda, os processos em curso no Supremo Tribunal Federal (STF), entre eles a participação direta na trama golpista após sua derrota na eleição presidencial de 2022 para o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Caso seja condenado, a pena de prisão poderá exceder os 20 anos. Ele nega as acusações e alega ser alvo de uma perseguição política.