Segundo Gonet, a organização criminosa liderada pelo ex-presidente tinha um “projeto autoritário de poder” com forte influência de setores militares. Entre os denunciados, 23 são militares, incluindo o general Walter Braga Netto.
Por Redação – de Brasília
Procurador-geral da República, Paulo Gonet denunciou; além do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), outros 33 envolvidos no golpe de Estado fracassado no 8 de Janeiro. A denúncia, baseada nas investigações da Polícia Federal (PF), foi enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) e aponta que Bolsonaro não apenas tinha conhecimento da conspiração, mas atuou diretamente como seu líder.

Segundo Gonet, a organização criminosa liderada pelo ex-presidente tinha um “projeto autoritário de poder” com forte influência de setores militares. Entre os denunciados, 23 são militares, incluindo o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro em 2022.
A defesa do ex-presidente, no entanto, tenta rebater as acusações e alega que não há provas que o conectem diretamente ao plano. “Nenhum elemento que conectasse minimamente o presidente à narrativa construída na denúncia foi encontrado”, afirmaram seus advogados em nota distribuída nesta quarta-feira.
Crimes e penas
A denúncia detalha os crimes que teriam sido cometidos na tentativa de derrubar o regime democrático e implantar uma ditadura militar. Bolsonaro e seus cúmplices são acusados de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, com pena que varia de 4 a 8 anos de prisão; golpe de Estado, de 4 a 12 anos de prisão; organização criminosa armada, de 3 a 8 anos, podendo chegar a 17 anos com agravantes; dano qualificado contra patrimônio da União e ameaça grave, de 6 meses a 3 anos e deterioração de patrimônio tombado – pena de 1 a 3 anos.
A denúncia de 272 páginas foi encaminhada à Primeira Turma do STF, que decidirá se há elementos suficientes para a abertura de uma ação penal. O relator do caso é o ministro Alexandre de Moraes.