Rio de Janeiro, 28 de Abril de 2025

Além do ex-mandatário, há outros 33 envolvidos no golpe de Estado do 8/1

Segundo Gonet, a organização criminosa liderada pelo ex-presidente tinha um "projeto autoritário de poder" com forte influência de setores militares. Entre os denunciados, 23 são militares, incluindo o general Walter Braga Netto.

Quarta, 19 de Fevereiro de 2025 às 19:49, por: CdB

Segundo Gonet, a organização criminosa liderada pelo ex-presidente tinha um “projeto autoritário de poder” com forte influência de setores militares. Entre os denunciados, 23 são militares, incluindo o general Walter Braga Netto.

Por Redação – de Brasília

Procurador-geral da República, Paulo Gonet denunciou; além do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), outros 33 envolvidos no golpe de Estado fracassado no 8 de Janeiro. A denúncia, baseada nas investigações da Polícia Federal (PF), foi enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) e aponta que Bolsonaro não apenas tinha conhecimento da conspiração, mas atuou diretamente como seu líder.

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O general Braga Netto é apontado como um dos principais articuladores do golpe de Estado fracassado em 8/1

Segundo Gonet, a organização criminosa liderada pelo ex-presidente tinha um “projeto autoritário de poder” com forte influência de setores militares. Entre os denunciados, 23 são militares, incluindo o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro em 2022.

A defesa do ex-presidente, no entanto, tenta rebater as acusações e alega que não há provas que o conectem diretamente ao plano. “Nenhum elemento que conectasse minimamente o presidente à narrativa construída na denúncia foi encontrado”, afirmaram seus advogados em nota distribuída nesta quarta-feira.

 

Crimes e penas

A denúncia detalha os crimes que teriam sido cometidos na tentativa de derrubar o regime democrático e implantar uma ditadura militar. Bolsonaro e seus cúmplices são acusados de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, com pena que varia de 4 a 8 anos de prisão; golpe de Estado, de 4 a 12 anos de prisão; organização criminosa armada, de 3 a 8 anos, podendo chegar a 17 anos com agravantes; dano qualificado contra patrimônio da União e ameaça grave, de 6 meses a 3 anos e deterioração de patrimônio tombado – pena de 1 a 3 anos.

A denúncia de 272 páginas foi encaminhada à Primeira Turma do STF, que decidirá se há elementos suficientes para a abertura de uma ação penal. O relator do caso é o ministro Alexandre de Moraes.

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