A gestão administrativa do local estava com o Brasil desde o fim de julho, quando a Venezuela expulsou representantes argentinos do país. Em agosto, a bandeira brasileira foi hasteada na embaixada, após o governo Lula ter manifestado sua disposição de assumir a representação diplomática.
Por Redação, com agências internacionais – de Caracas
O governo do presidente venezuelano Nicolás Maduro cancelou, neste sábado, a autorização para que a embaixada da Argentina em Caracas tenha custódia do Brasil. A decisão, que na prática significa uma escalada da tensão entre os dois países, foi comunicada à mídia por integrantes da ultradireita venezuelana e por diplomatas brasileiros. Informes de inteligência venezuelanos apontam que o local tem sido utilizado para “o planejamento de ações terroristas e planos para o assassinato de Maduro e da vice-presidente, Delcy Rodríguez Gómez”, conforme apurou a rede latino-americana de TV TeleSur.
A gestão administrativa do local estava com o Brasil desde o fim de julho, quando a Venezuela expulsou representantes argentinos do país. Em agosto, a bandeira brasileira foi hasteada na embaixada, após o governo Lula ter manifestado sua disposição de assumir a representação diplomática e consular da Argentina, na capital venezuelana. O posicionamento do Itamaraty quanto às eleições que ocorreram, no país vizinho, é o de não reconhecimento do resultado até a apresentação das atas de votação, algo proibido pela Corte Suprema da Venezuela.
De acordo com a mídia conservadora local, o Itamaraty teria sido informado extraoficialmente sobre a suspensão da custódia. Ainda assim, nesta manhã, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) adiantou também por canais informais que, com base nos preceitos diplomáticos, permanecerá com a representação da Argentina até que Buenos Aires encontre uma nação substituta.
‘Cerco’
O Comando Nacional de Campanha da oposição mencionou que seis integrantes do grupo permanecem asilados no local, desde o fim das eleições. Nas redes sociais, os opositores refugiados na sede diplomática informaram que as forças de segurança venezuelanas se posicionaram no entorno da embaixada na noite passada, no que descrevem a situação como um “cerco” de Maduro.
“Cortaram o serviço de eletricidade da embaixada argentina em Caracas, que atualmente está sitiada por agentes do Sebin e outras forças de segurança do Estado”, publicou o ex-deputado Omar González, em uma rede social.
Segundo Pedro Urruchurtu, coordenador internacional da líder da oposição María Corina Machado, havia agentes encapuzados e armados no local, mas que nesta manhã teriam se dissipado.