A confirmação de Tebet no Planejamento encerra uma discussão que durou semanas e destrava, assim, a montagem final da composição da equipe de Lula, em negociações com o MDB, PSD e União Brasil. Lula vai dar sequência a reuniões com líderes partidários para concluir o anúncio dos 16 ministérios pendentes, na manhã desta quarta-feira.

Qual pasta caberá a Tebet, no entanto, ainda não foi especificado. A preferência da parlamentar é pelo Ministério do Desenvolvimento Social, que abrange a coordenação de programas sociais, sendo o Bolsa Família o principal. Mas a pasta está em disputa acirrada também pelo PT, que está pressionando Lula a não entregá-la ao MDB.

Tebet foi nomeada como coordenadora do grupo temático que cuidará da área de desenvolvimento social durante a transição. Ela justificou a ausência no evento da ONU: “O dever me chama”, escreveu nas redes sociais.

Em 2016, durante o golpe contra a presidenta deposta Dilma Rousseff (PT), os dois partidos romperam. Na campanha eleitoral, Lula chamou o ex-presidente Michel Temer (MDB) de golpista. Na semana passada, porém, Hoffmann havia conversado por telefone com o presidente do MDB.

"Quando se diz que 'pintou um clima', isso é crime. É pedofilia. E lugar de pedófilo é na cadeia. Eu não tenho medo, já chamei o presidente de covarde, não tenho medo de dizer que ele cometeu um crime", afirmou Tebet, durante discurso de campanha na capital mineira.

Em um vídeo institucional, divulgado nesta quarta-feira, a senadora voltou a comentar o caso, alertando que a atitude do atual presidente “estimula e se soma” na estatística da violência contra as mulheres e meninas. 

À tarde, Lula também se reuniu com Simone Tebet (MDB), a terceira colocada na eleição presidencial. Após o ex-presidente dar aval às propostas apresentadas pela emedebista, ela participou nesta sexta-feira de um ato público com o petista, em São Paulo. O encontro permitiu a foto dos dois juntos, vista pela coordenação da campanha do petista como um trunfo.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) almoçou nesta quarta-feira com a senadora Simone Tebet (MDB), na casa da ex-prefeita Marta Suplicy, pouco antes dela anunciar apoio ao petista, em pronunciamento às 16h.

O mandatário neofascista afirmou que a ajuda do governador Zema (Novo) é "essencial" e "decisiva" para que vença as eleições. E o governador, por sua vez, sustentou que persistem as divergências com o chefe do Executivo, mas que no segundo turno das eleições é importante deixar as diferenças de lado.

Bolsonaro elegeu nove governadores com seu apoio, logo no primeiro turno. Já Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve seis governadores eleitos com seu apoio político, no primeiro turno: Fátima Bezerra, (RN), Elmano de Freitas, (CE), e Rafael Fonteles, (PI); além dos aliados Clécio Nunes (SD), no Amapá, Carlos Brandão (PSB), no Maranhão, e Helder Barbalho (MDB), no Pará.

Como vencedor da pior participação, Bolsonaro recebeu 51% dos votos. Lula ocupou a segunda posição, com 21%, e Soraya Thronicke (União Brasil) a terceira, com 14%. Já a melhor avaliação de participação no debate coube à senadora Simone Tebet (MDB), em avaliação qualitativa de 60 pessoas ouvidas pelo instituto.