Tebet disse também que foi avisada "há alguns dias, que o presidente da República teria um nome e gostaria de fazer uma escolha pessoal em relação à presidência do IBGE”.
Por Redação - de Brasília
No dia seguinte ao atabalhoado anúncio do economista Márcio Pochmann na Presidência do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da artilharia pesada que se voltou contra ele na mídia conservadora, a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), reuniu a imprensa nesta manhã apenas para um comunicado, no qual ela revela que o nome de Pochmann foi uma escolha "pessoal" do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e "mais do que justa".
Tebet explicou que o anúncio por parte do ministro da Secretaria de Comunicação (Secom), Paulo Pimenta (PT), ocorreu por uma falha.
— Tenho visto de ontem a noite para cá muitas conversas e gostaria de repor a verdade. Ontem liguei para o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e hoje de manhã para o ministro Padilha. Já tem uns 15 dias que estamos conversando no Planalto, nas nossas reuniões quase que diárias, a junta de execução orçamentária, de que estava chagando o momento de trocarmos o presidente do IBGE - diga-se de passagem, um presidente técnico que cumpriu uma missão exemplar, sem nenhum ruído, conseguindo fazer de um limão uma grande limonada ao trazer e apresentar para o Brasil o Censo de 2023. Quero deixar muito claro que já havia um consenso dentro do meu ministério e dentro do Palácio de que nós faríamos no momento oportuno a troca do presidente do IBGE — afirmou a ministra.
Escolha pessoal
Tebet disse também que foi avisada "há alguns dias, que o presidente da República teria um nome e gostaria de fazer uma escolha pessoal em relação à presidência do IBGE”.
— Naquele momento não perguntei por nomes e muito menos o faria, porque acho mais do que justo esse pedido. Quero deixar muito claro para vocês o seguinte: o presidente Lula não me fez um pedido até hoje, nenhum pedido dentro do ministério ou fora. Aliás, ele não me pediu sequer para apoiá-lo no segundo turno. Vocês se lembram que eu fiz uma declaração de apoio antes mesmo de conversar com o presidente Lula. Diante disto, nada mais justo, óbvio, que atender o presidente Lula, independente do nome que ele apresentaria - que ele ainda não havia me apresentado — acrescentou.
Diante disso, segundo a ministra, “o ministro (Paulo) Pimenta (Secom), não sabendo que na reunião que tivemos com o presidente não havíamos citado nomes, anunciou preliminarmente. E já está colocado. O nome será oficializado no momento certo, depois da conversa que teremos na semana que vem com o presidente Lula. Acataremos qualquer nome que venha. O nome já está posto? Já está posto. O nome será esse? Confirmei com a Casa Civil, confirmei com o ministro Padilha se era o nome do qual eles estavam mencionando. Eles confirmaram que sim — confirmou Tebet.
‘Pré-julgamentos’
A ministra relatou, ainda, que terá um encontro com Pochmann, na semana que vem, sem fazer “pré-julgamentos".
— O próximo passo é na próxima semana marcar uma reunião, quando a agenda permitir, com o economista e professor da Unicamp Márcio Pochmann, que agora eu sei o nome dele e que terei o maior prazer de atender, portanto, o pedido do presidente Lula. Quero antecipar que não faço pré-julgamentos. Vou ouvi-lo primeiro — concluiu Tebet.