A Rússia também está reforçando suas posições nos flancos de Bakhmut e bombardeando as forças ucranianas para tentar impedir os avanços ucranianos ao norte e ao sul da cidade.

Moscou considera seu ataque a Bakhmut, uma cidade de cerca de 70 mil habitantes antes da invasão em grande escala da Rússia há quase 15 meses, como uma parte importante de uma campanha para capturar o restante da região industrial de Donbas.

Alguns blogueiros militares russos relataram na quinta-feira que as tropas ucranianas haviam atravessado partes da linha de frente. Moscou negou os relatos e disse que a situação estava sob controle após 10 meses de luta feroz por Bakhmut.

A vice-ministra da Defesa, Hanna Maliar, fez os comentários depois que o líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, disse que suas forças mercenárias se retirariam de Bakhmut em 10 de maio devido a pesadas perdas e suprimentos inadequados de munição.

Dono do Grupo Wagner culpa liderança militar em Moscou por "mortes sem sentido" devido a escassez de munição e diz que suas tropas abandonarão front de batalha.

Moscou disse que suas forças garantiram dois quarteirões nos distritos ocidentais e que unidades aerotransportadas estavam fornecendo reforços.

Capturar a cidade seria a primeira vitória substancial da Rússia em oito meses. Moscou diz que abriria uma rota para capturar mais território na região de Donbas.

Zelensky se referiu aos “contínuos ataques de artilharia pesada” e à “escassez de munições” enfrentadas pelas forças ucranianas na cidade parcialmente ocupada pelas forças.

Os militares ucranianos disseram nesta sexta-feira que 1.020 soldados russos foram mortos nas últimas 24 horas ao lançarem ataques malsucedidos nas cidades de Lyman, Avdiivka, Mariinka e Shakhtarske. 

A guerra de trincheiras, descrita por ambos os lados como um moedor de carne, tem feito um grande número de vítimas em Bakhmut, com as duas partes relatando centenas de soldados inimigos mortos a cada dia.

Segundo o presidente ucraniano, outros 1,5 mil soldados russos foram feridos e estão fora de combate. As forças ucranianas nos últimos dias teriam ainda destruído dezenas de tanques, armas e depósitos de munição russos.

Em meio à possibilidade de perder o território, o ministro da Defesa ucraniana, Oleksii Reznikov, voltou a apelar por mais armamentos. Disse que seu país precisa de projéteis de artilharia para montar uma contra-ofensiva eficiente na contenção da Rússia.

Segundo o secretário, a Federação Russa "está utilizando mais tropas, mais forças" do que no início da invasão, que começou há pouco mais de um ano: "O que (a Rússia) não tem em qualidade tenta compensar em quantidade."

Líder do grupo Wagner fala de possível "traição" do Alto Comando russo em meio a atrasos no envio de reforços. Ucranianos negam relatos de uma possível retirada da região. Ministro russo da Defesa visita Mariupol.

A Ucrânia recapturou faixas de território no segundo semestre de 2022, mas suas forças estão na defensiva há três meses. Kiev afirma que a cidade tem pouco valor estratégico, mas que as enormes perdas ali podem determinar o curso da guerra.

As forças russas, incluindo combatentes mercenários do Grupo Wagner, estão tentando cortar as linhas de abastecimento dos defensores ucranianos para a cidade, cenário de algumas das batalhas.

A Rússia geralmente realiza seus ataques mais pesados à luz do dia, visando instalações de energia. Mas as autoridades ucranianas disseram que o bombardeio noturno não teve grande impacto.