Apesar da intervenção já ter terminado há seis meses, as entregas de equipamentos vão continuar nos próximos meses, uma vez que cerca de R$ 1,2 bilhão foram empenhados nos gastos.
Por Redação, com ABr - do Rio de Janeiro
O Gabinete da Intervenção Federal (GIF) investiu R$ 437 milhões na segurança do Rio de Janeiro até junho deste ano. O dinheiro foi usado na compra de equipamentos para as polícias, bombeiros e agentes penitenciários do estado, áreas sob intervenção da União de fevereiro a dezembro do ano passado.
Apesar da intervenção já ter terminado há seis meses, as entregas de equipamentos vão continuar nos próximos meses, uma vez que cerca de R$ 1,2 bilhão foram empenhados nos gastos.
De acordo com informações repassadas pelo gabinete, entre os R$ 437 milhões já investidos, R$ 198 milhões foram utilizados em peças para veículos e R$ 96 milhões em equipamentos de proteção como coletes; R$ 24 milhões em armas e munições; e R$ 13 milhões em equipamentos de perícia.
Cabral diz que Paes recebeu R$ 6 milhões
O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral disse, durante depoimento na 7ª Vara Federal Criminal, que o empresário Arthur Soares, conhecido como Rei Arthur, atualmente foragido da Justiça, contribuiu com R$ 6 milhões, em caixa dois, para a campanha do ex-prefeito do Rio Eduardo Paes, em troca de ganhar uma licitação para oferecer serviços no Centro de Operações Rio (COR). O ex-prefeito nega ter recebido doações irregulares.
– Em 2008 eu consegui convencê-lo (Arthur) a ser o maior doador da campanha de Eduardo Paes. Ele deu cerca de R$ 6 milhões, até mais do que pra mim, na campanha do Eduardo. Houve depois um certo ruído entre ele e o Eduardo, porque ele reclamou que o Eduardo não o atendia com contratos. Acabou sendo atendido na área da saúde e também na área do centro de controle da prefeitura, o centro de operações, aí ele ganhou a concorrência. Foi endereçada para ele, para contemplar pela ajuda dele na campanha eleitoral – disse o ex-governador, na segunda-feira, ao juiz Marcelo Bretas.
Cabral explicou que Paes, em sua primeira campanha à prefeitura, detinha percentuais muito baixos de intenção de votos e que seria necessário injetar dinheiro na campanha para viabilizá-lo eleitoralmente.
Jogos Olímpicos
Cabral pediu para ser reinterrogado na 7ª Vara Federal Criminal, a fim de trazer novos elementos aos autos, sobre a operação Unfair Play, que investiga, entre outras coisas, irregularidades na campanha vitoriosa para o Brasil sediar os Jogos Olímpicos de 2016.
Na próxima quinta-feira, Cabral adiantou que falará especificamente sobre o processo, sobre o qual recaem suspeitas de favorecimentos a comitês olímpicos para votarem no Rio como sede.
Procurado para se pronunciar sobre as declarações de Cabral, o ex-prefeito do Rio respondeu em nota, dizendo que todas as doações feitas para as campanhas dele sempre foram realizadas de forma voluntária e espontânea. “As doações foram declaradas e devidamente aprovadas pela Justiça Eleitoral. Aliás, o próprio Sr. Sérgio Cabral já admitiu, perante o juiz Marcelo Bretas, que Eduardo Paes não fazia parte da sua organização”.