Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Putin se prepara para uma longa guerra, alertam EUA

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Quarta, 11 de Maio de 2022 às 09:09, por: CdB

Para chefe da inteligência dos EUA, guerra na Ucrânia não deve acabar com conquista de Donbass, no leste. Putin conta com queda no apoio ocidental a Kiev e só usaria arma nuclear se percebesse "ameaça existencial", diz.

Por Redação, com DW - de Washington

A Inteligência dos Estados Unidos alertou na terça-feira que o presidente russo, Vladimir Putin, está se preparando para uma longa guerra na Ucrânia e que uma eventual conquista da região de Donbass pela Rússia não deve encerrar o conflito.
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Presidente russo, Vladimir Putin
Em audiência no Senado, a diretora da Inteligência Nacional dos EUA, Avril Haines, afirmou também que Moscou conta com uma diminuição do apoio ocidental a Kiev. Segundo Haines, os objetivos estratégicos de Putin provavelmente não mudaram desde o início da invasão, apesar da retirada de tropas russas na região de Kiev e concentração no leste ucraniano, onde separatistas apoiados por Moscou enfrentam forças de segurança ucranianas há anos. Ela alertou que o líder russo pretende expandir o conflito para além da região de Donbass e que a guerra pode entrar numa fase mais imprevisível, volátil e sanguenta nos próximos meses. – A natureza incerta da batalha, que está se transformando numa guerra de desgaste, combinada com a realidade de que Putin enfrenta um descompasso entre suas ambições e as atuais capacidades militares da Rússia, provavelmente significa que nos próximos meses poderá se avançar numa direção mais imprevisível e numa escalada da violência – avaliou Haines. A diretora disse que Putin poderia buscar "meios mais dramáticos" para atingir seus objetivos, incluindo a imposição da lei marcial na Rússia e a mudança na produção industrial para sustentar o esforço de guerra, além de realização de novos testes nucleares como alerta ao Ocidente. Ela avaliou ainda que o uso desse tipo de armamento seria aprovado pelo líder russo somente se ele percebesse uma "ameaça existencial" ao seu regime. Haines acrescentou também que Putin "provavelmente" conta com um enfraquecimento do apoio dos Estados Unidos e da União Europeia à Ucrânia, quando a escassez de alimentos se agravar e os preços de energia subirem ainda mais. Ela ressaltou que Putin pretende criar uma ligação terrestre entre a Crimeia e a Transnístria, na vizinha Moldávia, mas para isso, necessita de uma mobilização militar maior. Haines afirmou que, apesar da escala da ofensiva russa, suas forças atuais podem não ser grandes ou fortes o suficiente para capturar e manter o território que deseja.

Avanço ucraniano

O alerta foi feito num momento de impasse no conflito, segundo altos funcionários da inteligência dos Estados Unidos. Desde que a Rússia se retirou a região de Kiev, vem tentando cercar tropas ucranianas na região de Donbass, usando como base a cidade de Izyum, perto de Kharkiv. As Forças Armadas da Ucrânia, no entanto, resistem a ataques em três direções e lançaram um contra-ataque. Na terça-feira, a Ucrânia anunciou a recuperação de quatro vilarejos na região de Kharkiv, a segunda maior cidade do país. O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, afirmou que tropas russas estão sendo gradualmente afastadas da área.
Enquanto tentam assumir o controle total sobre a cidade de Rubizhne, os russos procuram evitar o avanço das forças ucranianas em Kharkiv. Segundo à agência inglesa de notícias Reuters, militares ucranianos recolheram corpos de soldados russos mortos em batalhas em duas vilas próximas à Kharkiv. A Ucrânia afirmou também nesta terça-feira que os russos estão bombardeando Sumy e Tchernihiv, além de continuar os ataques à siderúrgica Azovtal, o último bastião da resistência em Mariupol.
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