Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Política monetária do BC ‘compromete o crescimento’, critica Alckmin

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Terça, 24 de Setembro de 2024 às 20:33, por: CdB

Alckmin acrescentou que a combinação de juros altos com um cenário de crescimento ainda incerto coloca a economia em risco, mas manteve o otimismo quanto ao cumprimento das metas fiscais do governo.

Por Redação – de São Paulo

Vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o médico Geraldo Alckmin não poupou críticas à atual política monetária do país, em entrevista concedida na manhã desta terça-feira à mídia conservadora. Segundo o experiente político, é preciso ressaltar que a alta constante da Selic compromete o crescimento econômico e prejudica as contas públicas.

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Ministro da Indústria, Comércio e Serviços, o vice-presidente Geraldo Alckmin comemora os bons números do setor

— Não tem nada pior para a questão fiscal do que esse aumento contínuo da Selic. Cada 1% a mais na taxa representa R$ 48 bilhões por ano em pagamento de juros. Isso é insustentável e precisa mudar — disse Alckmin.

O vice-presidente sublinhou, ainda, a importância de investimentos em setores produtivos para reverter esse cenário. Na entrevista concedida nesta manhã ao diário conservador paulistano O Estado de S. Paulo, após o anúncio de mais uma etapa do ‘Programa Brasil Mais Produtivo’, Alckmin ressaltou que o governo busca acelerar a digitalização de micro, pequenas e médias empresas, com um investimento de R$ 2 bilhões.

 

Dívida

Alckmin acrescentou que a combinação de juros altos com um cenário de crescimento ainda incerto coloca a economia em risco, mas manteve o otimismo quanto ao cumprimento das metas fiscais do governo.

— Estamos confiantes de que o arcabouço fiscal será cumprido. A economia está crescendo e, com ela, a arrecadação. Mas o impacto da Selic na dívida pública é muito preocupante — pontuou.

Aos jornalistas, por fim, Alckmin reiterou que o verdadeiro problema fiscal do país não está nos gastos, mas na manutenção de uma taxa de juros elevada por tanto tempo. 

— O pior não é só o aumento da Selic, mas a insistência em mantê-la em um patamar tão alto. Isso trava investimentos, dificulta o crédito e cria um ambiente de incerteza. O Brasil tem a terceira maior taxa real de juros do mundo. Não faz sentido, especialmente quando temos quase US$ 360 bilhões em reservas e uma balança comercial superavitária — protestou.

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