Em meados de dezembro o chefe da Nasa observou que a corrida entre os EUA e a China para alcançar a Lua está se intensificando, embora ele acredite que os astronautas da Nasa vão superar os seus colegas chineses.
Por Redação, com Sputnik - de Washington/Pequim
China pode reivindicar direitos sobre territórios na Lua em caso de desembarque de astronautas chineses, declarou o chefe da Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (NASA, na sigla em inglês) Bill Nelson.
– É um fato: estamos em uma corrida espacial. A verdade é que é melhor termos cuidado que eles (China) não cheguem a um lugar na Lua sob o pretexto de pesquisa científica. E não pode ser excluída a possibilidade de eles dizerem: fiquem fora, estamos aqui, este é o nosso território – disse Nelson em entrevista ao jornal Politico.
O chefe da Nasa expressou a esperança de que os EUA consigam retornar à Lua antes que a China chegue lá, chamando a atenção para os êxitos de Pequim nesta área na última década.
– Também é verdade que a data de seu pouso na Lua está a ficar cada vez mais próxima – acrescentou Nelson.
Em meados de dezembro o chefe da Nasa observou que a corrida entre os EUA e a China para alcançar a Lua está se intensificando, embora ele acredite que os astronautas da Nasa vão superar os seus colegas chineses.
Ele apontou que os chineses pretendem enviar astronautas à Lua até 2030, enquanto os EUA, "se nosso programa for bem-sucedido e nosso módulo de pouso comercial for bem-sucedido, acho que seremos capazes de chegar lá em algum lugar em 2025, talvez 2026".
Programa espacial chinês
Em entrevista à imprensa japonesa no último dia 11, Bill Nelson, chefe da Nasa, a agência espacial dos EUA, falou sobre as diferenças entre os programas espaciais da China e dos EUA.
Em uma entrevista ao jornal Nikkei, Bill Nelson explicou que a corrida entre os EUA e a China para alcançar a Lua está se intensificando, embora ele acredite que os astronautas da Nasa vão superar os seus colegas chineses.
A razão para isso, segundo ele, está na ausência de transparência do programa espacial chinês. Ele disse que existem poucas nações que não querem ser parceiras da Nasa, e que a China é uma delas.
Ele criticou a posição de Pequim sobre o desenvolvimento de um projeto próprio para enviar cientistas à Lua, e enfatizou que estava desapontado com a opacidade do programa espacial chinês, citando um incidente no passado, "quando a maior parte do mundo ficou imaginando onde os destroços de um lançamento de foguete cairiam".
– Não sabíamos se ia atingir a Europa ou a Arábia Saudita – disse ele. Os destroços, todavia, caíram no Oceano Índico, e as autoridades chinesas minimizaram o incidente.
– Achamos que o programa espacial civil deve ser aberto e transparente. E que devemos ajudar uns aos outros se houver alguma emergência. A China simplesmente não está disposta a ser aberta sobre seu programa espacial – comentou.
A China, entretanto, já rejeitou essa acusação em outras oportunidades, com o chanceler do país vindo à público para esclarecer que os cientistas do país esperam receber astronautas de outros países.
Os EUA estão planejando uma sonda lunar tripulada pela primeira vez desde a década de 1970. Em meados de novembro, a Nasa lançou seu foguete lunar de última geração, o Space Launch System (SLS), com uma cápsula Orion não tripulada, que deve retornar à Terra no último dia 11.
Embora este teste tenha sido conduzido sem ninguém a bordo, a Nasa escolheu a Space X para desenvolver um veículo que permitirá aos astronautas pousar na lua em 2025 ou mais tarde.
EUA e seus parceiros
Questionado se os EUA e seus parceiros vão vencer a China na Lua, Bill Nelson se mostrou confiante: "Acho que sim".
Ele apontou que os chineses pretendem enviar astronautas à Lua até 2030, enquanto os EUA, "se nosso programa for bem-sucedido e nosso módulo de pouso comercial for bem-sucedido, acho que seremos capazes de chegar lá em algum lugar em 2025, talvez 2026".
O cientista chefe da Nasa ainda defendeu o parceria dos EUA com o Japão, destacando a posição do país asiático para o envio de sondas ao espaço. A Agência de Exploração Aeroespacial do Japão e a Toyota Motor estão trabalhando para desenvolver um veículo lunar que os astronautas possam dirigir.
– Vou visitar a fábrica que produzirá este rover, então saberei muito mais quando visitar – disse Nelson.
Quanto às relações com a Rússia no espaço, ele explicou que o conflito na Ucrânia "mudou tudo no terreno", mas "não vai mudar a cooperação na Estação Espacial Internacional", disse Nelson. "Essa cooperação continua. É muito profissional", disse Nelson.
Ele lembrou que foguetes russos Soyuz levaram astronautas americanos à Estação Espacial Internacional, e reconheceu os planos de Moscou para a construção de uma estação espacial própria.