Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Moro resolve mudar de partido, em busca de difícil ‘saída honrosa’

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Quinta, 31 de Março de 2022 às 11:23, por: CdB

Líder da Operação Lava Jato, Moro abandonou a magistratura para assumir um ministério do governo Bolsonaro, com quem se desentendeu —isso motivou seu pedido de demissão em abril de 2020. No ano seguinte, o ex-juiz sofreu uma dura derrota no Supremo Tribunal Federal (STF).

Por Redação - de São Paulo
O ex-juiz suspeito e incompetente Sérgio Moro decidiu, nesta quinta-feira, deixar o Podemos e se filiar no União Brasil. A decisão o leva a abandonar a candidatura à Presidência da República e tentar uma cadeira da Câmara dos Deputados. O anúncio vazou para a mídia conservadora, nesta manhã.
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Moro tem sido cada vez mais pressionado a revelar detalhes de seu contrato com os norte-americanos
A poucos dias do fim do prazo para candidatos definirem o partido e o Estado pelo qual disputarão as eleições de outubro, os senadores do Podemos pressionaram Moro a transferir seu domicílio eleitoral para São Paulo, mas o ex-juiz recusou e disse que manterá seu título de eleitor no Paraná. A pressão empurrou Moro para o União Brasil, legenda com a qual vinha conversando há meses, com as negociações consolidadas após encontro com Luciano Bivar, presidente nacional do União Brasil, na véspera. O partido, assim, garantiu uma ‘saída honrosa’ para o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública do governo de Jair Bolsonaro (PL), acusado de ser agente de inteligência cooptado pelos Estados Unidos.

Alternativa

A avaliação dos parlamentares do Podemos é de que, no Paraná, Moro terá dificuldades para executar um eventual “plano B” nas eleições deste ano, caso ele desista da candidatura ao Palácio do Planalto. Uma das alternativas para Moro seria concorrer ao Senado. No Paraná, contudo, o nome do partido para a disputa é o do senador Alvaro Dias, que é líder do partido na Casa e pré-candidato à reeleição. — Uma parte da bancada pediu para ele transferir o domicílio para São Paulo, mas ele resiste. O Alvaro Dias é um homem tão grandioso, que, se ele tiver que deixar a candidatura (ao Senado), ele faz isso. Mas a gente está demonstrando que não é certo ele se sacrificar — afirmou o senador Jorge Kajuru (Podemos-GO) ao site brasiliense de notícias Metrópoles. Líder da Operação Lava Jato, Moro abandonou a magistratura para assumir um ministério do governo Bolsonaro, com quem se desentendeu —isso motivou seu pedido de demissão em abril de 2020. No ano seguinte, o ex-juiz sofreu uma dura derrota no Supremo Tribunal Federal (STF), que o considerou parcial nas ações em que atuou como juiz federal contra o ex-presidente Lula (PT). Com isso, foram anuladas ações dos casos tríplex, sítio de Atibaia e Instituto Lula.

Acordo estranho

Moro responde, ainda, a outros inquéritos na Justiça Federal, entre eles a investigação sobre as relações entre o ex-juiz e seus comandados do Ministério Público Federal do Paraná, durante a Operação Lava Jato, com o Federal Bureau of Investigation (FBI), dos EUA. As apurações avançam na Justiça Federal brasileira. Por determinação da Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o Ministério da Justiça precisará informar aos advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se houve um pedido formal por parte dos procuradores paranaenses às autoridades norte-americanas para que cooperassem em investigações contra o líder petista. A defesa de Lula suspeita que uma eventual parceria entre os procuradores do Ministério Público Federal (MPF) em Curitiba com o serviço de inteligência norte-americano tenha ocorrido informalmente, fora dos canais oficiais. De acordo com a legislação atual, qualquer cooperação internacional desse tipo deve passar pelo crivo do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) do ministério. Sem documentos que oficializem essa relação entre os país, a prática é ilegal e punível, na forma da Lei.
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