Múcio reuniu-se, na segunda-feira, com Lula, acompanhado do senador Jaques Wagner (PT-BA), que já exerceu o Ministério da Defesa durante a gestão do líder petista. O ex-prefeito Fernando Haddad, cotado para a Fazenda, participou de parte da conversa, em que discutiram a montagem do governo Lula.
Por Redação - de Brasília
Indicado por setores da equipe de transição ao governo do presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para o Ministério da Defesa, o ex-ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) José Múcio espera o aval do líder popular eleito para conversar, ainda nesta semana, com os possíveis comandantes das Forças Armadas e os demais indicados pelo governo em fim de mandato, para a transição. A abertura de diálogo serviria para quebrar resistência ao petista no círculo militar, segundo análises publicadas pela mídia conservadora.
Múcio reuniu-se, na segunda-feira, com Lula, acompanhado do senador Jaques Wagner (PT-BA), que já exerceu o Ministério da Defesa durante a gestão do líder petista. O ex-prefeito Fernando Haddad, cotado para a Fazenda, participou de parte da conversa, em que discutiram a montagem do governo Lula. No encontro, além de debater a participação de siglas aliadas no futuro governo, eles falaram sobre a escolha dos comandantes de Marinha, Exército e Aeronáutica.
Não houve, porém, definição de quem serão os convidados. A tendência, segundo aliados de Lula, é que a decisão se dê pelo critério de antiguidade. A peneira deve ocorrer entre os cinco oficiais mais antigos.
Conversas
Múcio tem já tem conversado com ex-comandantes, mas ainda não intensificou o diálogo com os militares que podem ser designados para chefiar as Forças e os nomes designados por Bolsonaro para a transição. Ele espera o endosso de Lula para consumar essas conversas, segundo aliados do petista e do ex-ministro do TCU.
Lula já disse a Múcio que precisará dele no governo, mas ainda não anunciou seu nome. Enquanto isso, o ex-ministro afirmou a aliados ter encerrado sua empresa de consultoria. Sem ter sido escolhido formalmente para a transição, Múcio também não iniciou as conversas com integrantes do Ministério da Defesa.
O secretário-geral da pasta, general Sérgio Pereira, foi destacado para atuar com a transição, mas ainda não foi procurado pela equipe de Lula para reunião ou troca de informações. Pereira sinalizou a interlocutores que deve entrar de férias na segunda-feira, mas disse ser favorável ao adiamento da folga para conversar com o futuro ministro da Defesa.
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Embora o presidente eleito tenha afirmado, na semana passada, que somente anunciará o time de ministros após a sua diplomação, marcada para o dia 12, não está descartada a hipótese de antecipação do anúncio de Múcio, nas próximas horas.
Na opinião de alguns interlocutores de Lula, esse anúncio poderia reduzir o risco de retaliação ao petista no meio militar. Não haveria vácuo na transição diante da ameaça de atuais comandantes entregarem seus cargos antes da posse de Lula.
Para petistas, integrantes de siglas aliadas e membros do Supremo Tribunal Federal (STF), seria importante que houvesse a definição logo para referendar um nome para dialogar com os atuais comandantes. A expectativa é que isso possa ajudar a frear os atos antidemocráticos de apoiadores de Bolsonaro que têm ocorrido em frente a quartéis-generais desde a eleição.