Segundo a ação das vereadoras, é possível encontrar “piadinhas, deboche, ironia e homofobia” em cada palavra dita por Bolsonaro nesse trecho do programa. O tom da conversa deriva do fato de haver alta incidência da doença entre “homens que fazem sexo com homens” (HSH), o que tem proporcionado uma onda de preconceito, homofobia e desinformação sobre o assunto.
Por Redação - de São Paulo
As vereadoras de São Paulo Erika Hilton (PSOL) e suplente de Porto Alegre Natasha Ferreira (PSOL) acionaram o Ministério Público Federal (MPF), nesta quarta-feira, contra as declarações homofóbicas do presidente Jair Bolsonaro (PL), durante o Flow Podcast desta segunda-feira. Segundo as parlamentares, o mandatário cometeu crime de LGBTQfobia ao relacionar, de forma pejorativa e preconceituosa, a doença varíola dos macacos (monkeypox) com representantes da comunidade LGBT+.
Na entrevista, Bolsonaro perguntou ao apresentador Igor Coelho se ele tomaria vacina contra a doença. Coelho afirmou que sim, e o presidente, em tom cômico, comentou:
— Eu tenho certeza que vai tomar... Tu não me engana! Tu não me engana!…
Preconceito
Segundo a ação das vereadoras, é possível encontrar “piadinhas, deboche, ironia e homofobia” em cada palavra dita por Bolsonaro nesse trecho do programa. O tom da conversa deriva do fato de haver alta incidência da doença entre “homens que fazem sexo com homens” (HSH), o que tem proporcionado uma onda de preconceito, homofobia e desinformação sobre o assunto e as formas de contágio.
A situação é equiparada, para muitos, ao cenário de repulsa que a comunidade LGBT+ viveu na década de 1980, quando foi alvo perseguição motivada pela epidemia do HIV/aids.
“Fica evidente que os dizeres ‘tu não me engana, tenho certeza que tu vai tomar e tu não entendeu né?’ são claras menções LGBTQfóbicas do presidente, nas quais ele insinua que ao tomar a vacina o entrevistador seria gay e, por isso, estaria preocupado com a doença”, resume o documento.