Rio de Janeiro, 24 de Novembro de 2024

Justiça manda Itália libertar imigrantes levados para Albânia

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Sexta, 18 de Outubro de 2024 às 11:55, por: CdB

A medida faz parte da estratégia da premiê de direita para desestimular fluxos migratórios no Mediterrâneo Central, onde o número de travessias de deslocados internacionais apresenta queda de mais de 60%.

Por Redação, com ANSA – de Roma

O Tribunal de Roma não autorizou a permanência de imigrantes forçados em um centro de repatriação construído pela Itália na Albânia, decisão que joga um balde de água fria sobre as políticas migratórias da premiê Giorgia Meloni.

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Centro de repatriação de imigrantes construído pela Itália na Albânia

Segundo a seção de imigração da corte, os 12 deslocados internacionais que o governo italiano transferiu para Gjader, no país balcânico, são provenientes de duas nações, Bangladesh e Egito, que não podem ser consideradas “seguras”.

O tribunal determinou que o grupo seja “acompanhado” até a Itália, onde poderá “recuperar o estado de liberdade”.

Os centros de identificação e repatriação montados pelo governo Meloni na Albânia entraram em operação nesta semana e têm como objetivo receber migrantes forçados resgatados no Mar Mediterrâneo, enquanto eles aguardam a análise de seus pedidos de refúgio pelas autoridades italianas.

A medida faz parte da estratégia da premiê de direita para desestimular fluxos migratórios no Mediterrâneo Central, onde o número de travessias de deslocados internacionais apresenta queda de mais de 60% em 2024, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Segundo o governo da Itália, os centros na Albânia receberão apenas migrantes do sexo masculino, que não estejam em situação de vulnerabilidade e provenientes de países considerados “seguros”, lista que inclui Egito, governado pelo presidente autocrático Abdel Fattah al-Sisi, e Bangladesh, onde há denúncias de perseguições contra minorias religiosas e étnicas.

Alvo de críticas

Enquanto isso, a decisão do Tribunal de Roma se tornou alvo de críticas da base aliada de Meloni. “Absurdo! Um tribunal não confirma a permanência de migrantes na Albânia. A esquerda judiciária ajuda aquela parlamentar”, diz uma mensagem publicada no X pelo partido Irmãos da Itália (FdI), liderado pela primeira-ministra.

A mensagem ainda exibe uma toga pintada de vermelho e acusa “alguns magistrados politizados” de trabalharem pela “abolição das fronteiras” do país. Já a Liga, do vice-premiê e ministro da Infraestrutura e dos Transportes, Matteo Salvini, definiu a sentença da Justiça como “inaceitável e grave”.

Desde o início do ano, cerca de 55 mil deslocados internacionais chegaram à Itália via Mediterrâneo, segundo o Ministério do Interior, uma queda de 61% em relação ao mesmo período de 2023.

As principais nações de origem são Bangladesh (10,8 mil), Síria (10,2 mil), Tunísia (7,2 mil), Egito (3,5 mil) e Guiné (2,9 mil). A maioria dessas pessoas, no entanto, usa a Itália apenas como porta de entrada na União Europeia e tenta seguir viagem para países ao norte.

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