O Irã retomou a produção de equipamento para centrífugas avançadas nas instalações nucleares da cidade de Karaj, às quais a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) não teve acesso durante meses.
Por Redação, com Sputnik - de Teerã
Ultimamente o ritmo de produção de equipamento para centrífugas na fábrica iraniana de Karaj subiu significativamente, o que sugere que Irã poderia redirecionar em segredo as peças para um programa de armas nucleares.
O Irã retomou a produção de equipamento para centrífugas avançadas nas instalações nucleares da cidade de Karaj, às quais a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) não teve acesso durante meses, segundo informou na terça-feira The Wall Street Journal com referência a diplomatas familiarizados com o assunto.
A produção na fábrica de Karaj foi retomada em agosto de 2021, mas ultimamente sua produtividade aumentou a níveis muito mais altos.
Várias das 170 centrífugas avançadas recém-construídas usando peças produzidas em Karaj foram instaladas em Fordow, uma usina subterrânea fortificada de enriquecimento de urânio.
Estes trabalhos poderiam permitir que o Irã comece a redirecionar em segredo as peças para centrífugas se Teerã optar por criar um programa secreto de armamento nuclear, no entanto, os diplomatas indicaram que até o momento não há evidências de que o governo iraniano tenha tomado esta medida.
AIEA não pode monitorar
A situação é agravada pelo fato de que a AIEA não pode monitorar a atividade de Karaj desde junho de 2021, dado que o Irã não permite que os inspetores nucleares tenham acesso ao local. As autoridades iranianas dizem que não dão acesso à AIEA porque estão realizando uma investigação do ataque com drone tripulado contra a instalação em junho de 2021.
As negociações sobre o acordo nuclear atingiram um impasse após a eleição do presidente Ebrahim Raisi em junho de 2021. Espera-se que no fim de novembro sejam realizadas conversas para reiniciar a reintegração do Irã no acordo nuclear de 2015, com a participação dos EUA, Reino Unido, China, França, Alemanha e Rússia.