A libertação temporária deveu-se à remoção de um tumor benigno na perna e a um enxerto ósseo há 21 dias, depois de a família da ativista ter criticado a falta de cuidados médicos.
Por Redação, com Lusa – de Teerã
A Nobel da Paz Narges Mohammadi foi libertada nesta quarta-feira temporariamente por razões médicas, anunciou a defesa da iraniana detida desde novembro de 2021, em mensagem publicada na rede social X.
“De acordo com o parecer do médico legista, o Ministério Público de Teerã suspendeu a execução da pena de Narges Mohammadi por três semanas e ela foi libertada da prisão”, segundo o seu advogado, Mostafa Nili.
A libertação temporária deveu-se à remoção de um tumor benigno na perna e a um enxerto ósseo há 21 dias, depois de a família da ativista ter criticado a falta de cuidados médicos.
Após a operação, Nili afirmou que os médicos afirmaram que Mohammadi “necessita de cerca de três meses de cuidados em condições favoráveis” e que, por isso, solicitou a suspensão da pena.
Narges Mohammadi, 52 anos, detida na prisão de Evin, em Teerã, foi condenada seis vezes a um total de 13 anos e nove meses de prisão e 154 chicotadas, entre outros castigos.
A última sentença de seis meses de prisão foi proferida em meados de outubro, um mês depois de ter protestado contra a execução do prisioneiro Reza Rasai por suspeita de envolvimento na morte de um oficial dos serviços secretos, durante a revolta desencadeada pela morte de Mahsa Amini em setembro de 2022.
Violações dos direitos humanos no Irã
Apesar das condenações, a ativista tem continuado a denunciar violações dos direitos humanos no Irã, incluindo a aplicação da pena de morte e a violência contra as mulheres que não usam o véu islâmico.
O Comité Nobel norueguês atribuiu o galardão a Mohammadi em 2023, “pela sua luta contra a opressão das mulheres no Irã e pela promoção dos direitos humanos e da liberdade para todos”.
O prêmio foi recebido pelos seus filhos em cerimônia em Oslo. Na ocasião, a ativista apelou, por meio deles, ao apoio internacional para pôr fim a um governo iraniano “no seu nível mais baixo de legitimidade e apoio”.