Na avaliação de Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, a surpresa positiva com o dado se soma ao direcionamento dos diretores da autarquia sobre a dependência de indicadores para a tomada de decisão. Dessa maneira, o economista entende que ainda não está cravada a necessidade de elevar os juros.
Por Redação – de São Paulo
Ainda que passageira, uma vez que os preços da energia tendem a subir neste mês, a primeira deflação registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em mais de um ano abre caminho para uma política monetária menos agressiva por parte do Banco Central (BC), na avaliação de economistas consultados pela mídia conservadora.
Na avaliação de Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, a surpresa positiva com o dado se soma ao direcionamento dos diretores da autarquia sobre a dependência de indicadores para a tomada de decisão. Dessa maneira, o economista entende que ainda não está cravada a necessidade de elevar os juros.
“Todas as declarações de diretores do BC reafirmaram a dependência dos dados para a tomada de decisão, o que faz com que a surpresa baixista e estruturalmente benigna do IPCA deixe a possibilidade de manutenção da Selic bem viva, conforme projetamos”, escreveu Sanchez, em nota aos clientes.
Selic
A autoridade monetária reúne-se, na próxima semana, para decidir sobre o futuro da taxa básica de juros da economia (Selic). A taxa vem sendo mantida em 10,50% ao ano desde maio, quando o BC anunciou a última queda do atual ciclo.
A inflação oficial desacelerou em agosto, com leve queda de 0,02%. No mês anterior, o índice havia registrado alta de 0,38%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A última vez que o IPCA havia registrado queda foi em junho de 2023, quando caiu 0,08%.
Com o resultado do mês, o índice se distancia um pouco do teto da meta para a inflação, de 4,5%.