Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Governo italiano multa navio de ONG após resgate no Mediterrâneo

Arquivado em:
Quarta, 23 de Agosto de 2023 às 14:30, por: CdB

O navio da Open Arms havia resgatado 64 pessoas de um bote inflável no Mediterrâneo e navegava em direção a Carrara, cidade designada pelas autoridades italianas para o desembarque dos migrantes.


Por Redação, com ANSA - de Roma


A Itália multou a ONG Open Arms, que realiza operações de busca e resgate de imigrantes no Mar Mediterrâneo, e determinou a interdição de seu navio por 20 dias.




navio-1.jpg
Embarcação da Open Arms também ficará interditada por 20 dias

A sanção é de 3,5 mil euros (R$ 19 mil) e foi imposta pelo fato de a embarcação ter feito um socorro não autorizado em alto mar.


O navio da Open Arms havia resgatado 64 pessoas de um bote inflável no Mediterrâneo e navegava em direção a Carrara, cidade designada pelas autoridades italianas para o desembarque dos migrantes.


No entanto, a ONG recebeu um aviso sobre um barco em dificuldade com 132 deslocados internacionais e decidiu socorrê-los, contrariando uma regra do governo italiano que impede a realização de resgates após a designação de um porto seguro.


A norma entrou em vigor no início do ano e é uma forma encontrada pelo gabinete da premiê Giorgia Meloni de restringir as atividades das ONGs do Mediterrâneo, reduzindo seu tempo em alto mar.



Navios de outras duas instituições


Antes da Open Arms, navios de outras duas instituições humanitárias já tinham sido interditados pelas autoridades italianas nos últimos dias.


"As regras parecem não valer mais nada no mar. Às vezes nos pedem para ser a Guarda Costeira, permitindo sete resgates em um só dia; outras vezes nos interditam e nos multam", disse a Open Arms, ressaltando que "salvar vidas é um dever moral e jurídico".


Já a líder da centro-esquerda italiana, Elly Schlein, acusou o governo Meloni de criar o crime de "solidariedade".


– Estão fazendo uma guerra contra as ONGs, que estão apenas compensando a grave ausência de uma missão institucional da União Europeia para busca e socorro. Não acho que exista outra coisa para dizer diante de um governo que acredita que salvar vidas é uma culpa. Talvez só uma palavra: desumano – concluiu.


Segundo o Ministério do Interior, a Itália já recebeu mais de 105 mil imigrantes forçados via Mediterrâneo em 2023, número equivalente ao registrado em 2022 inteiro.





Edições digital e impressa
 
 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo