Quarta, 02 de Fevereiro de 2022 às 11:48, por: CdB
Na época, o Ministério Público do Rio (MP-RJ) pediu a prisão da filha de Roberto Jefferson, presidente honorário do PTB. A operação investigou contratos que somam R$ 117 milhões e que tinham pelo menos 25% destinado a pagamentos indevidos na Servlog.
Por Redação - do Rio de Janeiro
A Justiça do Rio de Janeiro manteve a ex-deputada Cristiane Brasil (PTB) impedida de exercer qualquer função pública. A decisão foi da juíza Simone de Faria Ferraz, da 26ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça (TJ) do Rio, publicada no Diário Oficial da Justiça nesta quarta-feira. Em 2020, Cristiane foi alvo da Operação Catarata por contratos fraudulentos com a Prefeitura do Rio de Janeiro.
Na época, o Ministério Público do Rio (MP-RJ) pediu a prisão da filha de Roberto Jefferson, presidente honorário do PTB. A operação investigou contratos que somam R$ 117 milhões e que tinham pelo menos 25% destinado a pagamentos indevidos na Servlog, empresa de prestação de serviços em projetos sociais. Cristiane foi apontada como ‘Fada Madrinha’ do esquema.
A decisão do TJ-RJ manteve a medida cautelar de suspensão do exercício da função pública. No pedido, a defesa de Cristiane negou que ela tenha sido chefe de uma organização criminosa que teria desviado milhões dos cofres públicos.
Imbróglio
A defesa pediu, ainda, caso não fosse revogada a medida cautelar, que alternativamente lhe fosse autorizado o exercício de cargos públicos com o impedimento de ordenar despesas ou mesmo que lhe fosse vedado tal exercício “nos limites do município e/ou do Estado do Rio de Janeiro, onde, de acordo com a denúncia, ela teria influência”.
A juíza, porém, negou todos os pedidos. “Destaco que os fatos em exame são gravíssimos e trazem em si a pecha de dano, lesão à toda a sociedade. Diante de tal quadra indefiro o requerido”, escreveu a magistrada na decisão.
Ainda nesta quarta-feira, a presidente do PTB, Graciela Nienov, pediu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a reintegração de posse do diretório nacional do partido, em Brasília, e acusou o grupo político do pai de Cristiane Brasil, o ex-deputado Roberto Jefferson, de impedir a sua entrada no local.
Essa reintegração, solicitada pela defesa de Nienov, deve ser feita com a garantia de força policial. Graciela também registrou boletim de ocorrência em delegacia do Distrito Federal contra Jefferson sob o argumento de que recebeu "mensagens com teor intimidatório" de gente ligada a Jefferson.