Ex-presidente dos EUA deverá apresentar-se ao tribunal criminal para fixar uma nova data de julgamento e, ainda nesta segunda-feira, depositar o valor referente ao resultado de um caso perdido.
Por Redação, com CartaCapital - de Washington
O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump enfrenta nesta segunda-feira duas audiências judiciais que podem manchar sua imagem de bilionário bem-sucedido que aspira à reeleição em novembro.
Acusado em quatro processos penais e condenado a elevadas multas em dois julgamentos civis, o magnata do setor imobiliário deve apresentar-se às 09h30 locais (10h30 em Brasília) a um juiz do tribunal criminal de Manhattan para fixar uma nova data para seu histórico julgamento pela suposto pagamento para comprar o silêncio de uma atriz pornô sobre uma relação à qual nega.
Também nesta segunda-feira termina o prazo para que o magnata deposite a garantia determinada pelo juiz Arthur Engoron de US$ 355 milhões (R$ 1,77 bilhão ) de multa, além de mais de US$ 100 milhões (R$ 498 milhões ) em juros acumulados, por aumentar o valor de suas propriedades para obter taxas mais favoráveis em empréstimos e seguros para a Trump Organization.
Caso contrário, a procuradora-geral de Nova York, Letitia James, que levou os Trump ao tribunal em outubro de 2022 por fraude financeira, poderá bloquear seus bens e contas bancárias.
– Sua imagem mudaria radicalmente aos olhos de muitas pessoas, já que ele sempre se apresentou como um milionário de sucesso – disse à agência francesa de notícias AFP Andrew Weissmann, ex-procurador federal e autor de um livro sobre as acusações do ex-presidente.
“Totalmente corrupto”
O ex-inquilino republicano da Casa Branca (2017-2021), para onde pretende retornar em 2025, voltou a atacar no sábado, em sua rede Truth Social, a procuradora James e o juiz Engoron: um juiz “Totalmente incompetente e corrupto” e uma chefe da procuradoria de Nova York “que ataca a Trump, quando ele fez absolutamente nada de errado”, escreveu, em letras maiúsculas.
Donald Trump chama a sentença civil de “inventada” e a “exigência de fiança, inconstitucional” imposta por uma procuradora “racista e corrupta” e por um juiz “controlado pela panelinha democrata”.
Os advogados de Trump afirmaram na semana passada que seu cliente não conseguiu levantar o valor da fiança, que é uma garantia de que o magnata pagará a pena imposta se os seus recursos não prosperarem.
O ex-presidente garantiu na sexta-feira que tinha “quase US$ 500 milhões (R$ 2,4 bilhões ) em dinheiro, uma parte significativa dos quais são destinados à campanha” contra o presidente democrata Joe Biden.
Nesse mesmo dia, sua empresa de comunicação Trump Media & Technology Group recebeu autorização para abrir o capital, uma medida com a qual poderia contar com milhões de dólares como garantia.
Suas opções são vender propriedades como a icônica Trump Tower na Quinta Avenida, solicitar um empréstimo bancário ou até mesmo declarar falência pessoal, segundo Carl Tobias, professor de direito na Universidade de Richmond (Virgínia Oriental).
– Esta última opção não suspenderia a sentença de primeira instância contra Trump, uma vez que a procuradora provavelmente tentaria declará-lo responsável pelas suas dívidas – sustenta.