“A fundamentação da denúncia é tão pueril que Moraes recebeu o apoio de todos os seus pares, do procurador-Geral da República, Paulo Gonet, de muitos políticos e até de expoentes da ultradireita”, escreve o ex-ministro José Dirceu.
Por Redação – de Brasília
O ex-ministro José Dirceu, em análise publicada nesta terça-feira, estranha a denúncia vazia contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, trazida pelo diário conservador paulistano Folha de S. Paulo e pelo jornalista norte-americano Glenn Greenwald.
“Causa estranheza o destaque dado pela Folha à denúncia de que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, teria agido fora dos ritos”, escreveu o líder petista. “Estranheza porque, como bem disse o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF, não fazia sentido o ministro Moraes oficiar a si mesmo”, continuou.
“A fundamentação da denúncia é tão pueril que Moraes recebeu o apoio de todos os seus pares, do procurador-Geral da República, Paulo Gonet, de muitos políticos e até de expoentes da ultradireita”, acrescenta.
Estratégia
Dirceu lembra, ainda, o contexto político.
“A denúncia foi publicada na mesma semana em que se inicia a campanha eleitoral de prefeitos e vereadores e, como o Brasil não aprovou a regulamentação das plataformas digitais e redes sociais, que hoje são um importante veículo de propaganda eleitoral, todo o controle da disseminação das notícias falsas estará em mãos do TSE”, deduz.
Ainda segundo o ministro da Casa Civil, nos dois primeiros governos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), “fragilizar a figura do ministro Alexandre de Moraes, que conduz o inquérito das ‘fake news’ e que à frente do TSE criou o Centro Integrado de Enfrentamento à Desinformação e Defesa da Democracia (…) é importante para a estratégia eleitoral bolsonarista”, conclui.
