Com reeleição de Mark Kelly, democratas só necessitam mais um assento para garantir o controle do Senado. Disputa pela Câmara dos Representantes segue acirrada, com republicanos à frente, mas perdendo dianteira.
Por Redação, com DW - de Washington
O político Mark Kelly se reelegeu para o Senado pelo Estado do Arizona nas eleições de meio de mandato, deixando o Partido Democrata a uma vitória do controle da câmara alta do parlamento dos Estados Unidos. Segundo projeções da agência de notícias Associated Press, com 83% dos votos apurados, Kelly obteve vantagem suficiente sobre o rival republicano, Blake Masters, ex-presidente de um fundo de capital de risco.
Mark Kelly, que foi ao espaço quatro vezes em sua carreira de astronauta, concentrou-se durante a campanha no direito ao aborto, proteção da segurança social e redução do preço dos medicamentos. Ele é casado com a ex-congressista Gabby Giffords, atingida por uma bala na cabeça durante uma tentativa de assassinato em 2011 que matou seis e feriu 13. Mais tarde, o casal fundou um lobby a favor de restrições às armas de fogo.
O republicano Blake Masters, apoiado pelo investidor em tecnologia Peter Thiel, assumiu linha-dura contra o aborto e promovia uma teoria racista do "Great Replacement", popular entre os nacionalistas brancos, de que os democratas estariam tentando usar a imigração para substituir a população branca dos Estados Unidos.
Masters foi apoiado por Donald Trump, tendo sustentado a assertiva infundada de que o magnata nova-iorquino teria sido reeleito em 2020. No entanto, durante um debate em outubro, Masters reconheceu não ter visto quaisquer provas de fraude nas presidenciais de 2020.
Disputa dura na Câmara dos Representantes
A vitória de Kelly garante aos democratas 49 assentos no Senado, o mesmo número que os republicanos, num total de 100 vagas em disputa. Basta aos democratas conquistarem um dos dois lugares ainda por apurar, uma vez que, caso haja um empate a 50 lugares no Senado, cabe à vice-presidente Kamala Harris fica o voto de desempate.
Por sua vez, os republicanos precisariam conquistar os dois assentos em disputa, disputados em Nevada e Geórgia. Este estado é responsável por arrastar o processo eleitoral até dezembro, quando abrirá novamente as urnas para nomear um senador para o Congresso, depois de nenhum dos candidatos ter atingido a marca de 50%.
Na Câmara dos Representantes (câmara baixa do parlamento americano), a democrata Susie Lee garantiu um terceiro mandato ao derrotar a republicana April Becker num distrito no sul do estado de Nevada.
Com 435 cadeiras em jogo e a contagem de votos ainda em andamento, as projeções da Associated Press colocam os republicanos à frente, concedendo-lhes 211 assentos e 201 aos democratas. São necessários 218 para formar maioria na Câmara dos Representantes.
A contagem de votos levou vários dias, em parte por causa do sistema de votação por correio criado pelo parlamento estadual de Nevada em 2020, que exige que os distritos esperem até quatro dias pelos votos enviados no dia da eleição.
No quarto dia de contagem de votos, os republicanos ainda lideram a corrida pela maioria na Câmara de Representantes, mas perdem dianteira em relação aos democratas. À medida que a contagem de votos continua, particularmente em estados que aderiram maciçamente ao voto por correspondência, os democratas têm vencido a maioria das disputas mais apertadas.
As eleições intercalares (midterms), realizadas em 8 de novembro, determinarão qual o partido que controlará o Congresso dos EUA nos dois últimos anos do mandato do presidente democrata Joe Biden.