A Lei de Autonomia do Banco Central, de 2021, estabelece mandatos fixos ao presidente do BC e seus diretores, com mandato de quatro anos, com direito a uma recondução. Indicado pelo antecessor Jair Bolsonaro, Campos Neto pode ficar no cargo até dezembro de 2024.
Por Redação, com agências internacionais - de Roma
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) considera “irracional” a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa básica de juros (Selic) em 13,75%. Nesta quinta-feira, Lula não poupou críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto
— É irracional o que está acontecendo no Brasil, você ter uma taxa de 13,75% com uma inflação de 5%. Não se trata do governo ficar brigando com o Banco Central. Quem está brigando com o Banco Central hoje é a sociedade brasileira — disparou, referindo-se à Confederação Nacional das Indústrias (CNI), varejistas, pequenos e médios produtores, centrais sindicais e movimentos populares.
Autonomia
O presidente estendeu as críticas também ao Senado.
— Tenho cobrado dos senadores. Foram os senadores que colocaram esse cidadão lá. Então os senadores têm que analisar se ele está cumprindo aquilo que foi aprovado para ele cumprir. Na lei que está aprovada, ele tem que cuidar da inflação, do crescimento econômico e da geração de empregos. Então ele tem que ser cobrado. É só isso — acrescentou.
A Lei de Autonomia do Banco Central, de 2021, estabelece mandatos fixos ao presidente do BC e seus diretores, com mandato de quatro anos, com direito a uma recondução. Indicado pelo antecessor Jair Bolsonaro, Campos Neto pode ficar no cargo até dezembro de 2024.
— Quando o presidente indicava o presidente do Banco Central, quem era cobrado era o presidente. Agora, não. O presidente não pode fazer nada. O Senado é que tem responsabilidade de cobrar dele — sublinhou.
Interesses
Lula considera, ainda, que Campos Neto não está a serviço da economia e da população brasileira.
— Não existe explicação aceitável do porquê a taxa de juros está 13,75%. Nós não temos inflação de demanda. Acho sinceramente que esse cidadão está jogando contra os interesses da economia brasileira — cogitou.
Em viagem à Europa, desde a noite passada, o líder brasileiro viajou nesta manhã para a França, onde participa de encontros em Paris, entre eles um jantar oferecido pelo presidente da França, Emmanuel Macron.