O embaixador Celso Amorim, ex-chanceler no governo Lula, compartilha da opinião de Flavio Dino. Ele afirmou, na véspera, que vê com bons olhos uma eventual chapa composta pelo ex-presidente Lula e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, que pode ir para o PSB.
Por Redação, com RBA - de Brasília e São Luís
Governador do Maranhão, o ex-desembargador Flavio Dino (PSB) considera real a possibilidade de o ex-governador paulista Geraldo Alckmin ingressar no partido de centro-esquerda e ser o candidato a vice na chapa encabeçada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nas eleições de 2022. O executivo torce pela concretização da entrada de Alckmin no PSB e da oficialização da chapa com Lula.
Em entrevista à revista Carta Capital, de centro-esquerda, Dino disse ser “positivo” que o PSB consiga agregar outros segmentos políticos.
— Isso sempre é bom. Eleições majoritárias sempre são decididas por frentes amplas. Você apenas escolhe o lugar onde ela estará: se do seu lado ou contra você. Se o Alckmin se somar ao nosso partido, acho muito positivo — afirmou.
Nos Estados
Ao avaliar o processo eleitoral, Dino destacou o conceito de “complementaridade da chapa”.
— Você não faz sanduíche de pão com pão, tem que botar alguma coisa para dar um sabor diferente — comparou.
O maranhense vê Alckmin como um político “de centro” e apoia as exigências do PSB em relação às candidaturas nos Estados.
— O peso do PSB é muito alto. Então, acho que é mais do que justificável que essa força seja valorada. Se você já tem um candidato natural à Presidência no nosso campo, que é o Lula, é claro que você tem que fazer compensações nos estados em que o PSB tem seus projetos — acrescentou.
Segundo o governador, “mesmo que o PT no Estado A ou B seja força hegemônica, em nome da aliança nacional é justo pleitear concessões”.
— Comportamento aliancista exige isso — pontuou.
Liderança
O embaixador Celso Amorim, ex-chanceler no governo Lula, compartilha da opinião de Dino. Ele afirmou, na véspera, que vê com bons olhos uma eventual chapa composta pelo ex-presidente Lula e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, que pode ir para o PSB.
— É claro que não são linhas políticas diferentes, mas eu não vejo uma contradição absoluta entre o que defende Lula e o PT, e certas linhas do antigo PSDB, encarnado pelo Alckmin. E se ele entrar para o PSB, deve haver algum refinamento para o lado mais progressista — continuou Amorim, ao defender a formação de uma frente democrática para derrotar Jair Bolsonaro (PL), nas eleições de 2022.
O ex-chanceler avaliou que, num possível governo Lula, será necessário negociar com outras forças políticas para garantir a governabilidade.
— É preferível que essas alianças sejam construídas na base programática. Eu acho que o Alckmin é um homem de bem, foi levado a apoiar o impeachment de Dilma (Rousseff), mas foi um dos últimos que apoiou — concluiu.